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Bombondrice – Teresa Serrenho aposta no “mundo do chocolate”

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Trabalhar na empresa dos pais não deu privilégios a Teresa Serrenho, de 32 anos. Subiu a pulso. Aproveitou as formações na área do atendimento e vendas e juntou-as à experiência que foi ganhando com o acompanhamento da vida profissional dos progenitores. Chegou a gerente da empresa e deu-lhe um novo rumo. Inovou nos produtos – […]
Bombondrice - Teresa Serrenho aposta no "mundo do chocolate"

Trabalhar na empresa dos pais não deu privilégios a Teresa Serrenho, de 32 anos. Subiu a pulso. Aproveitou as formações na área do atendimento e vendas e juntou-as à experiência que foi ganhando com o acompanhamento da vida profissional dos progenitores. Chegou a gerente da empresa e deu-lhe um novo rumo. Inovou nos produtos – que são vendidos em lojas gourmet e de produtos regionais pelo país – e apostou em criar uma marca conceituada em Portugal e que tenha mercado potencial no estrangeiro – a Bombondrice. No mercado há mais de dezasseis anos, para além de uma marca de produtos de confeitaria, dá nome à firma que os produz, nas Caldas da Rainha. Os produtos – bombons, bolachas, compotas e sobremesas – são feitos na sua maioria tendo como base as receitas tradicionais e familiares, não utilizando produtos químicos artificiais, conservantes ou corantes. Os pais fundaram nas Caldas da Rainha uma empresa dedicada aos licores, onde Teresa Serrenho acompanhou a produção e as vendas. Mas optou por seguir a área da saúde. Acabou o 12º ano e fez uma formação em reabilitação física. Antes da formação trabalhou três anos em part-time como operadora de balcão no hipermercado Modelo, nas Caldas da Rainha, como operadora de caixa em regime de part-time. Ganhava 144 euros. “Foi numa fase em que se iniciaram as formações profissionais e tive acesso a uma série de formações que não me passava pela cabeça, desde atendimento, trabalho em equipa e a hierarquia que devia existir. Ainda hoje me rejo por aquilo que aprendi”, conta. Depois de vários empregos, entre os quais um como operadora num posto de combustíveis, voltou a casa porque era preciso dar continuidade ao projecto dos pais, que entretanto abandonaram os licores para se dedicarem ao chocolate. Em 1994 nasceu a Bombondrice, que sucedeu à Licores Malandrice, uma empresa criada pelos pais de Teresa Serrenho que se dedicava aos licores de leite com a forma dos ‘falos das Caldas’, à ginja e transformação de outros frutos. O chocolate passou a ser a principal aposta. Os dois irmãos sempre ajudaram o negócio de família mas decidiram seguir outros caminhos. Uma é funcionária bancária e outro frequenta uma licenciatura em Geografia. “Acabei por fazer da fábrica o projecto para a minha vida. Estive a exercer funções polivalentes, como as minhas colegas, nunca fui privilegiada, pelo contrário, trabalhei foi mais, não é uma crítica, mas nunca houve essa distinção por ser filha do dono. Fiz a minha aprendizagem”, faz notar. “Desenvolvi competências, contactei com o público, aprendi a oferecer o produto e a destacar o que queremos vender. Com tenra idade consegui ter uma atitude diferente”, sublinha. Em 2002, depois de ter duas lojas abertas, a empresa toma a decisão de se dedicar exclusivamente à revenda. Em 2008 dá-se a alteração do logótipo e da imagem, mais atractivos e adequados aos tempos modernos. Desde o ano passado que Teresa Serrenho gere a empresa, que tem cinco funcionários e uma carteira de clientes com cerca de mil contactos. “A Bombondrice está num bom momento. Estamos a crescer e por isso tenciono colocar mais dois colaboradores. Dez por cento da produção é exportada e só não é mais por não termos capacidade de resposta”, vinca. A Bombondrice exporta peras borrachonas para a Polónia, doces, compostas e chocolates para Espanha, e chocolates para a Alemanha, Inglaterra e França. “É dez por cento da produção que vai para o estrangeiro. É um começo e uma valorização do produto”, destaca Teresa Serrenho. Este ano a empresa reabriu uma loja ao público e há três meses lançou um novo produto regional relacionado com Caldas da Rainha e com a Rainha D. Leonor, fundadora da cidade. Trata-se do Bolo Real, uma especialidade exclusiva que se pretende tornar tão conhecida como as cavacas ou os beijinhos das Caldas. É um bolo de paladar apurado, um sabor frutado e adocicado entre o caramelizado da laranja e o aveludado dos frutos secos. “Amêndoas, pinhões e nozes tornam este bolo verdadeiramente real. Os frutos secos, as ameixas, as passas e a laranja caramelizada conferem-lhe um sabor e um aspecto inconfundível e verdadeiramente delicioso”, descreve. A nova aposta da Bombondrice é “O mundo do chocolate”, um espaço para miúdos e graúdos onde se pode aprender a fazer chocolate e até fazer uma festa de anos. Alice é o rosto e a mascote deste espaço, onde se vai encontrar a oportunidade de conhecer a história do chocolate e o seu processo de produção. É um espaço expositivo, onde imagens, utensílios e informação variada darão a conhecer este mundo, e onde decorrerão programas, workshops e visitas à fábrica. Nesta iniciativa, a Bombondrice conta com a parceria com uma clínica dentária para a sensibilização e prevenção oral e com a colaboração de um ginásio para incentivar a prática do exercício físico. Combater a crise “A crise torna-nos pessoas mais sensatas e ponderadas a cada tomada de decisão. Tentamos ser mais eficazes e assertivos de forma a optimizar melhor os recursos. Tentamos fazer mais com menos, muitas vezes com sucesso, o que nos dá uma satisfação imensa, sentir que nos excedemos e cumprimos mais uma etapa com sucesso”, afirma Teresa Serrenho. Para a empresária, um aspecto negativo a combater é “o conformismo e a descrença pelo qual o País se deixou cair”. “A grande parte das pessoas tem dificuldade em perceber que a mudança deve ser praticada em primeiro lugar por cada um de nós. É preciso termos objectivos globais, colectivos, vontade e orgulho na nossa Nação para podermos sair, se não da crise, do negativismo e da descrença. O nosso fado não é só fado da desgraça, somos um povo produtivo, temos qualidade, temos mérito agora e na nossa História, somos simpáticos e alegres e temos um País lindo mas com um povo que ainda não se valoriza como devia”, manifesta. Teresa Serrenho dá vários conselhos aos empresários, a começar pela aposta em “acreditar”. “É fundamental que em qualquer projecto pessoal ou profissional a pessoa acredite. Só desta forma pode ter sucesso. Temos de estar confiantes para podermos transmitir confiança e credibilidade”, refere. A solidez financeira é, no seu entender, essencial. “Um dos aspectos que considero determinante, mesmo em situações em que é necessário corrermos risco, é termos sempre os pés bem assentes na Terra e a noção de que riscos se podem correr, sem que o pilar da empresa possa ficar comprometido. Hoje em dia nos negócios há que ter esta capacidade, ter alguma solidez financeira e que em algumas situações esta nos liberte de recorrer à banca”, faz notar. Ter bons recursos humanos é também uma recomendação. “A componente humana faz o sucesso, qualquer que seja a função que se desempenhe é determinante que cada elemento da equipa com que se trabalha reconheça a importância e o valor do seu trabalho. Nenhum fruto pode ser colhido se não se colocar a semente num buraco de terra fértil, mas se nessa primeira fase, a do semear, se aplicar também o gosto, o empenho, a dedicação e afinco, apanhar-se-ão seguramente muitos frutos e provavelmente muito doces”, sustenta. A empresária destaca igualmente o conceito de eficiência: “Devemos sempre querer trabalhar melhor, com mais exigência, com elevado rigor, com o objectivo de optimizar os recursos mas sempre com o lema da eficácia e do servir bem. Estas características podem distinguir de todos os outros e acrescentar valor a uma empresa”. Outra das preocupações deve ser a satisfação do cliente. “Os clientes são a razão de existência das empresas e dos negócios. A sua satisfação tem que ser o lema de uma empresa. O cliente pode nem sempre ter razão mas será sempre o elemento mais importante num negócio. Sem clientes, não há negócios. Com clientes podemos ter duas coisas distintas – negócio ou negócios. A diferença está na satisfação”, sublinha. Pegando no seu exemplo, defende que se deve apostar na formação. “Cada um sabe o que sabe. O que é certo é que podemos todos saber mais. A formação é sempre uma mais-valia dentro de uma empresa em todas as áreas”, declara. “Marcar objectivos para atingir metas”, é também um conselho, “mesmo que as metas não sejam muito difíceis de atingir devemos sempre defini-las e perceber qual é o caminho que temos de percorrer para as atingirmos”. Para Teresa Serrenho, “num mundo competitivo como o nosso, a diferença e a inovação é o que nos pode distinguir da concorrência”. Por outro lado, “a longevidade de uma empresa pode dever-se à sua actualização. Uma empresa deve acompanhar sempre a evolução e actualizar-se a cada dia”. A última mensagem é de que “nem sempre os nossos projectos se revelam o sucesso que esperávamos, no entanto, há que ter força de vontade e seguir para outros sem olhar para trás com mágoa mas sim ver os obstáculos como experiência adquirida”. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)

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