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Pêra Rocha do Oeste é o fruto português mais exportado

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A fileira da pêra rocha constitui um dos sectores exportadores mais importantes da região Oeste. “Se é a banca que nos bate à porta a oferecer crédito é porque somos estáveis e temos credibilidade”, afirma Torres Paulo, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Pêra Rocha (ANP), que vê o sector consolidado e com perspectivas […]
Pêra Rocha do Oeste é o fruto português mais exportado

A fileira da pêra rocha constitui um dos sectores exportadores mais importantes da região Oeste. “Se é a banca que nos bate à porta a oferecer crédito é porque somos estáveis e temos credibilidade”, afirma Torres Paulo, presidente da Associação Nacional dos Produtores de Pêra Rocha (ANP), que vê o sector consolidado e com perspectivas de crescimento. Apesar da crise, o comportamento das vendas na última campanha “foi bom a nível de mercados externos e o consumo nacional de pêra rocha está em contínuo crescimento”, refere. Segundo a ANP, no ano passado a produção atingiu as 171 mil toneladas, das quais exportou 80 mil toneladas. A grande fatia do mercado nacional são as médias e grandes superfícies (64%), destinando-se 19% à indústria, sobretudo a dos sumos. A campanha deste ano, que arranca em Agosto, apresenta uma estimativa de aumento da produção e das exportações. O dirigente está convicto de que o número de pomares pode aumentar sem que existam problemas de escoamento deste fruto unicamente produzido em Portugal devido às características climatéricas, impedindo a concorrência estrangeira. O domínio dos circuitos de comercialização através do marketing e publicidade tem também explicado o sucesso do volume de exportações. O maior obstáculo é “a falta de água para regar os pomares”, mas Torres Paulo, que dirige igualmente a central fruteira Frutus, no Cadaval, recomenda a actividade aos jovens, futuros empresários e produtores. “Portugal está num momento de viragem, em que todos assumimos que é essencial preferirmos os produtos portugueses em detrimento dos importados, para que haja criação de emprego. Contamos com mais este motivo para o aumento do consumo da pêra rocha”, sustenta. José Martino, engenheiro agrónomo, faz as contas: “80 mil toneladas de pêras exportadas representam 150 milhões de euros, o que dá um preço médio de 1,875 €/kg. Por outro lado, as 91 mil toneladas vendidas em Portugal representam 50 milhões de euros, o que equivale a um preço médio de 0,6 €/kg. Um pericultor, por mais fraco que seja, pode receber mais de vinte mil euros por hectare”. “Estes números impressionam e fazem da cultura da pêra rocha uma das actividades mais rentáveis de Portugal. Os pericultores em escasso número de anos, com este nível de rendimento, podem ficar ricos”, sustenta José Martino, que faz uma alusão à “árvore das patacas” para classificar a importância dos pomares de pêra rocha no Oeste. António Sousa, produtor de pêra rocha em Alcobaça, não entra na mesma euforia, fazendo notar os custos de produção. “A haver grandes rendimentos só se for para as grandes superfícies e eventualmente para alguns exportadores. Agora o pequeno produtor conta os cêntimos que ganha”, assegura. Torres Paulo também é cauteloso, embora admita a relativa “riqueza” que representa a pêra rocha no contexto do sector agrícola. Fruta saudável e pedagógica As peras são consideradas a fruta por excelência para todas as faixas etárias, desde a idade dos bebés. É o fruto ideal para introduzir nestes futuros adultos o salutar hábito de proteger o corpo com alimentos saudáveis. As crianças têm natural preguiça em descascar fruta. As garantias do modo de produção da pêra rocha do Oeste também permitem ultrapassar esta aversão dos jovens e de alguns adultos, e assim usufruir das qualidades dietéticas suplementares da epiderme exterior bem como das camadas imediatamente subjacentes deste fruto. Com a certificação que lhe está atribuída, o consumidor tem a garantia de segurança alimentar e da qualidade intrínseca de cada fruto. Esta garantia permite aproveitar todo o fruto, inclusive a casca, muito rica em fibras, bem como as camadas imediatamente interiores, que são as mais ricas em compostos extremamente benéficos. Usualmente os jovens preferem-no mais “crocante“, isto é, com uma textura mais firme, enquanto as pessoas de mais idade preferem os frutos mais “fundentes“, com mais aroma, sabor e sumo – ou seja, mais maduros. A polpa desta pêra é fina, macia e aromática. De casca rija e resistente, não precisa dos tratamentos a que são sujeitas as restantes variedades. A pêra rocha pode ser consumida fresca, após processamento (em calda ou cozida) ou como ingrediente de variados pratos. Mas o exemplo vem de fora – os ingleses até fazem sandes de pêra rocha do Oeste. O ciclo da pêra rocha Enquanto a maior parte dos portugueses está de férias, os fruticultores efectuam a colheita da pêra rocha em Agosto, com ajuda de jovens (custo da mão-de-obra: 0,06 €/kg). Após a colheita, as peras são de imediato conservadas em frio. Posteriormente são escolhidas, embaladas e colocadas à disposição do consumidor (custo da mão de obra: 0,06 €/kg). O período de venda decorre desde 15 de Agosto até finais de Maio do ano seguinte. De Junho a inícios de Agosto não há pêras rocha, pelo que a alternativa são outras variedades de pêra. Mas a situação tem tendência a mudar, com o aumento da capacidade de armazenamento em atmosfera controlada, o que permite manter a fruta fresca e saborosa tal como foi apanhada. Ao longo do ano, a venda de pêra rocha no produtor pode ir dos 0,30 euros aos 0,50 euros cada quilo. Venda ambulante: 0,80 a 1,20 euros Grandes superfícies: 1,20 a 2 euros Outras utilizações da pêra Para além de poder ser comida, a pêra rocha pode ser bebida, quer através de néctares, de sumos ou de licores É uma fruta excelente para ser consumida como sobremesa ou entre refeições. A imaginação de muitos reputados cozinheiros e donas de casa tem criado outros modos de a consumir, quer nas saladas quer na doçaria, quer como acompanhamento de diversos pratos, nomeadamente os de caça. Pêra com chocolate e pêra cozida em vinho tinto com especiarias são duas sobremesas comuns e bastante apreciadas. Em termos de pratos principais, a pêra combina especialmente bem com os de caça. A pêra bêbeda é cozida em vinho tinto, açúcar, paus de canela e limão. O sabor é dado pela calda que envolve a pêra. A compota de pêra é feita de maneira artesanal por Amélia Simão, doceira da aldeia do Carvalhal, no concelho do Bombarral. A tarte de pêra rocha foi criada em 1998, com incentivo da ANP, com intenção de divulgar o fruto. Os Doces e Licores d’ Amélia utilizam a fruta fresca e sem adição de corantes nem conservantes para fazer licor. A marca Compal utiliza a pêra rocha desde 1956, na sua referência “Clássico”. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)

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