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Dois dias a acompanhar serviço do INEM

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Um dia depois de ter sido divulgado um estudo do Tribunal de Contas sobre a prestação de serviço do INEM, o JORNAL das CALDAS acompanhou as tripulações que prestam socorro nas Caldas da Rainha. Ao contrário daquilo que vem explanado no relatório, nas Caldas não há queixas quanto ao atraso ou eventual má prestação de […]
Dois dias a acompanhar serviço do INEM

Um dia depois de ter sido divulgado um estudo do Tribunal de Contas sobre a prestação de serviço do INEM, o JORNAL das CALDAS acompanhou as tripulações que prestam socorro nas Caldas da Rainha. Ao contrário daquilo que vem explanado no relatório, nas Caldas não há queixas quanto ao atraso ou eventual má prestação de serviço. Por aquilo que testemunhámos, ninguém reclamou por atraso dos meios, pelo contrário. A população apenas se lamenta no questionário ao pedir ajuda. “São muitas perguntas”, disseram alguns populares, mas outros declaram que “são perguntas necessárias para uma boa triagem e para salvamos os nossos familiares”. Há quem diga ainda que poderiam fazer perguntas depois de mandarem meios para o local. “Deveria haver este acompanhamento até os meios chegarem à nossa porta”, sugeriu outro popular. Neste acompanhamento de dois dias verificámos que a maior parte dos utentes da emergência pré-hospitalar são idosos e são as quedas em casa que mais preocupam os serviços de saúde. Diabetes e hipertensão são outras causas de chamada dos socorristas, que também servem para combater a solidão dos idosos. Há pequenos gestos de que as pessoas necessitam e que sentem falta da parte dos seus familiares. Situações testemunhadas No primeiro turno que acompanhámos, os socorristas António Soares e Tiago Solteiro, pelas 9h45, recebem um alerta para um acidente rodoviário na Fonte Luminosa. Uma viatura ligeira de passageiros embateu num velocípede. Um ferido, um homem com 82 anos, que se queixa com dores no membro superior esquerdo e apresenta um hematoma no crânio. No local compareceu também a viatura VMER com um médico e enfermeiro. O homem, durante o seu transporte e tratamento até ao Hospital, confessou que “vinha na rotunda e o gajo não parou. O carro vinha devagar e bateu e eu voei pelo alto”, disse ao mesmo tempo que se apresentava preocupado com a bicicleta e com as duas garrafas de ácido que transportava. Já questionado pela sua identidade e familiares, confessou que é casado e vive sozinho com a esposa, a qual pouco se mexe. Foi o primeiro caso de solidão que foi por nós testemunhado e que deixou o olhar do idoso mais em baixo. Percebendo-se desta situação os socorristas tentaram animar o ferido. Pelas 11h12, chamada para uma doença súbita no Centro de Saúde da Foz do Arelho, onde estava um doente cardíaco à espera do seu receituário. O homem, com 68 anos e antecedentes cardíacos, sentiu-se mal no Centro de Saúde, tendo o médico accionado os meios de socorro. A viagem demora sensivelmente quatro minutos e à chegada, depois de analisado, é evacuado para a unidade de saúde das Caldas. Neste trajecto o doente o doente confessa ter dormência no membro esquerdo e que toma cerca de uma dezena e meia de comprimidos por dia, há cerca de vinte anos. Dada a doença crónica o socorrista pergunta-lhe como é a sua alimentação. O doente admite ter pouco cuidado. “Tomo 13 comprimidos por dia há vinte anos. A malta esquece-se e vai bebendo e vai comendo. Só quando está à rasca é que se lembra”, disse o doente. Este doente chega estabilizado ao Hospital com um suposto enfarte, algo pelo qual já passou duas ou três vezes e também já foi operado ao coração. Pelas 15h03, na Rua da Emenda, um homem com cerca de 80 anos, caiu de uma cadeira que se tinha partido, quando estava a terminar a sua refeição. À chegada, depois das comuns perguntas de circunstância, a família refere que há um pequeno golpe na cabeça provocado pela queda, ao embater no móvel. Na saída de casa, todos os vizinhos vêm à porta, na maioria idosos, e dão palavras de alento ao doente, que corresponde com um “até já”. Depois da mudança de turno, entram os tripulantes Sérgio Pinheiro e Nuno Maria, com os quais apenas partilhamos uma situação. Pelas 20h01, no Casal do Lavradio, uma mulher com 56 anos escorrega em casa e cai. A queda provoca-lhe uma ferida incisa na zona frontal. À chegada ao local o filho está a fazer um trabalho fundamental, ao estabilizar a zona da cervical. A vítima queixa-se muito da ferida e da coluna, pelo que a mulher foi imobilizada. Já dentro da ambulância são feitos diversos testes, mas um foi determinante para diminuir as queixas da doente. Foi detectada uma lasca de loiça, na zona frontal da sinistrada. Os socorristas não perdem tempo e retiram-na, o que alivia quase automaticamente a doente e a hemorragia deixou de estar activa. No dia seguinte acompanhámos mais duas situações com os tripulantes Paulo Ferreira e Sónia Henriques. Eram cerca das 18h05 quando saíram para Alvorninha. Uma mulher com 75 anos sofre uma queda na via pública e é assistida por vizinhos. Além dos momentos de solidão que diz sentir e por isso visitar vizinhos, ficou patente algumas debilidades no acesso à ambulância por parte dos idosos. A ausência de degrau nas viaturas com mais anos foi substituída por dois tijolos. Já no Hospital a ausência do degrau foi resolvida mais uma vez com a colocação da cadeira de rodas no degrau superior da ambulância. Durante o transporte foi sentida a irregularidade no alcatrão, da qual a mulher se queixou, o que motivou o transporte mais demorado de modo a aliviar as queixas da vítima. Na última saída, cerca das 22h10, um homem com 66 anos, emigrante na Holanda, sente uma dor no peito e chama os bombeiros. Os socorristas fazem testes no sentido de despistar um eventual enfarte. São feitas perguntas sobre antecedentes de doenças. Momentos depois chega a VMER com um médico e um enfermeiro que realizam um exame para verificar ritmo cardíaco. Após estes breves exames, o médico dispensa acompanhamento do doente que fica aos cuidados dos dois tripulantes do INEM, que entregam o doente no Hospital das Caldas. Carlos Barroso

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