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EDP não se responsabiliza pela falha de energia

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A EDP considera que não é responsável pelos prejuízos causados pela falta de electricidade, desde a madrugada de 23 de Dezembro. “As falhas eléctricas na zona Oeste têm exclusivamente a ver com as condições climatéricas”, defendeu Ângelo Sarmento, administrador da empresa. O responsável do grupo EDP disse em conferência de imprensa que os danos causados […]
EDP não se responsabiliza pela falha de energia

A EDP considera que não é responsável pelos prejuízos causados pela falta de electricidade, desde a madrugada de 23 de Dezembro. “As falhas eléctricas na zona Oeste têm exclusivamente a ver com as condições climatéricas”, defendeu Ângelo Sarmento, administrador da empresa. O responsável do grupo EDP disse em conferência de imprensa que os danos causados ao longo dos últimos dias foram motivados por uma situação excepcional e apenas por questões climatéricas que não estão previstas entre as situações passíveis de indemnização ao abrigo dos regulamentos dos operadores de distribuição de electricidade. Ângelo Sarmento mostrou-se, no entanto, disponível para analisar eventuais indemnizações a clientes cujas perdas tenham sido resultado da intervenção directa da EDP nas ligações eléctricas. O administrador da EDP Distribuição considera que “a resposta da EDP foi ágil, rápida e mobilizou todos os meios que foi possível mobilizar”. Nas operações, que duraram cinco dias, foram envolvidos 750 trabalhadores e mais de 300 viaturas. Alguns autarcas do Oeste criticaram as declarações da administração da empresa de electricidade. O presidente da Câmara da Lourinhã, José Manuel Custódio, referiu que não está “admirado” com a posição assumida pela empresa, uma vez que mesmo “em alturas em que o vento sopra a 20 quilómetros por hora, também não paga”. Descontente com a resposta, o autarca ameaçou já rescindir o contrato com a EDP e admitiu que o município pretende associar-se a clientes da empresa lesados do concelho para avançar com uma queixa para tribunal. Raul Marques, da Ericeira, é o promotor da petição online “Anomalias no Fornecimento de Energia pela EDP”. Destina-se a “pressionar o ressarcimento de despesas” por parte desta entidade devido à sua “deficiente resposta na resolução dos problemas de fornecimento de energia” a altura da intempérie. A petição pode ser consultada em http://www.peticaopublica.com/PeticaoVer.aspx?pi=P2009N934. Até ao passado domingo mais de 50 pessoas já tinham subscrito a petição. A DECO (associação de defesa do consumidor) dá razão à EDP, dizendo que a empresa não teve responsabilidade na interrupção de fornecimento de energia e que não houve negligência no restabelecimento das ligações. “São situações provocadas por alterações climatéricas em várias zonas do país e, infelizmente, as pessoas vão ter de assumir os prejuízos porque não nos parece que haja negligência da EDP”, esclarece Jorge Morgado, acrescentando que esta tem sido a resposta dada aos vários telefonemas recebidos pela DECO. A Associação de Empresas de Restauração (ARESP), um dos sectores mais atingidos, confirma que houve estabelecimentos onde a electricidade faltou durante mais de 24 horas. A falta de rede eléctrica afectou a conservação dos produtos alimentares – que representam grande parte do stock dos restaurantes – não são recuperáveis. Além disso, a falta de iluminação impediu estabelecimentos de abrirem portas: “Para bares e discotecas foram dias de facturação zero”, apontou o presidente da associação José Esteves. A APIEE (Associação Portuguesa dos Industriais de Engenharia Energética) afirmou que a situação de mau tempo no Oeste é uma “boa oportunidade” para a EDP “reponderar alguns dos seus métodos de planificação”. A associação sugere também que a EDP repondere a “contratação com os seus fornecedores e prestadores de serviços”, com vista a “melhor acautelar situações como as que foram vividas” recentemente, particularmente no Oeste. Assinalando que este “não é o momento para exercícios de responsabilização”, os industriais endereçam em nota de imprensa “uma palavra de simpatia e de compreensão” a todos os “afectados por quebras de fornecimento de energia”, saudação que estendem aos respectivos associados. “Tardia” e “insuficiente” é como a Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil (AsproCivil) classifica a resposta da EDP à resolução das falhas no sistema de abastecimento de electricidade devido ao mau tempo. Em comunicado, a AsproCivil lamenta que cinco dias depois dos ventos fortes que afectaram a região Oeste, “ainda existissem pessoas com a sua vida condicionada pela resposta tardia de algumas entidades, nomeadamente a EDP”. Para a associação, a empresa terá que “rapidamente reflectir sobre a sua capacidade operacional para responder a situações destas ou ainda piores”. Criticando o facto de a EDP ter classificado de “inédita a situação em Portugal”, a AsproCivil defende que “o que aconteceu não é de todo uma impossibilidade, pelo que a EDP deve trabalhar com probabilidades e com os devidos avisos e não só com os registos históricos”. A AsproCivil sublinha que, caso se tivesse tratado de um sismo, uma cheia ou um tsunami, “a mobilidade estaria irremediavelmente comprometida, e mesmo a resposta tardia (aluguer de geradores) não seria aplicável”, cabendo à EDP “a disseminação estratégica destes meios de forma a poderem garantir uma resposta com maior prontidão e qualidade”. Na madrugada de 23 de Dezembro, os ventos fortes e a chuva caiu provocaram danos em vários postes de abastecimento de electricidade, deixando 350 mil clientes da EDP sem energia. Cinco dias depois, e segundo um balanço da própria empresa, 100 clientes continuavam sem electricidade. Para o administrador da EDP Distribuição, “quando estas situações [mau tempo] acontecem não há rede nenhuma no mundo que consiga resistir”, adiantando que, em zonas rurais, a rede “está muito mais exposta”. Em 80 por cento do país a rede eléctrica é aérea -, pelo que “não é possível garantir que uma situação destas não se repita”. Este risco já não surge nas principais cidades do país, onde a rede é subterrânea, explicou. Segundo o director do despacho e condução da rede eléctrica da empresa, Vítor Tomás, entre a 1h00 e as 5h00 de 23 de Dezembro o mau tempo provocou, em média, picos de 60 a 70 avarias na rede e tiveram ser renovados 100 postos de transformação de média e alta tensão e 500 postos de baixa tensão (os que abastecem as residências). “Os estragos na rede foram muito elevados”, sublinhou Vítor Tomás. Segundo a empresa, os estragos podem traduzir-se em prejuízos no valor de dois milhões de euros.

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