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Fusão entre centros hospitalares das Caldas e Torres é medida “irreversível”

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O Centro Hospitalar do Oeste Norte (CHON), nas Caldas da Rainha, vai-se ligar com o Centro Hospitalar Oeste Sul (CHOS) a Torres Vedras no âmbito da reestruturação hospitalar, criando o Centro Hospitalar do Oeste (CHO). Esta é a única certeza e nada poderá ser feito para inverter a situação, uma vez que a justificação é […]
Fusão entre centros hospitalares das Caldas e Torres é medida "irreversível"

O Centro Hospitalar do Oeste Norte (CHON), nas Caldas da Rainha, vai-se ligar com o Centro Hospitalar Oeste Sul (CHOS) a Torres Vedras no âmbito da reestruturação hospitalar, criando o Centro Hospitalar do Oeste (CHO). Esta é a única certeza e nada poderá ser feito para inverter a situação, uma vez que a justificação é o passivo das duas unidades e as imposições da Troika. Atualmente as negociações prosseguem na Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT), que confirmou que “a matéria está em fase de estudo e não há ainda decisões”. Segundo uma fonte próxima do autarca das Caldas, a falta de informação junto da população será benéfica para Fernando Costa, que dessa forma, quando anunciar a decisão, a fará de forma positiva, apresentando que conseguiu manter determinadas especialidades e valências, e a contrapartida maior poderá ser a transferência do património termal, como são os casos do parque e da mata e eventualmente o próprio hospital para gestão autárquica. Ao JORNAL das CALDAS, depois da reunião na ARS-LVT, Fernando Costa assume que tem conhecimento de que serão fundidas as duas instituições e que “é uma situação irreversível”. Segundo o autarca, esta fusão é necessária “porque face ao défice dos dois hospitais (30 milhões em Torres Vedras e 50 milhões nas Caldas da Rainha), basicamente as unidades estão falidas e têm de ser reestruturadas e unidas para serem salvas do encerramento”. Fernando Costa disse que participou e vai continuar a participar nas reuniões onde se debate este assunto, esperando ainda falar com o Ministério. O presidente da câmara das Caldas explicou também que “em princípio seria contra e tinha dúvidas das vantagens mas a situação financeira dos dois hospitais, a necessidade de racionalização dos meios humanos e materiais, e para evitar o agravamento da situação financeira, sou obrigado a aceitar para evitar um mal maior”. “Esta reestruturação vai também racionalizar meios técnicos e humanos, de forma a prestar melhores serviços aos utentes. Não vale a pena ter especialidades no quadro hospitalar (no papel) sem médicos. Os dois hospitais podem complementar-se e o resultado final pode ser melhor para todos. Caldas da Rainha, Alcobaça, Peniche e Torres Vedras há muitos anos que estão na mesma comunidade intermunicipal e como tal têm projetos em comum em diversas áreas como a água, lixo e projetos municipais. É lógico que também no campo da saúde haja complementaridade e solidariedade, sendo certo que haverá especialidades de referência nos dois hospitais. O importante é que os dois hospitais não diminuam de importância e que as pessoas continuem a ser bem servidas”, concluiu. O presidente da Câmara da Nazaré, interpelado pelo nosso jornal, declarou que desconhece o assunto, preferindo fazer comentários “quando tiver informações”. O presidente da Câmara de Peniche revelou que soube da situação “pela comunicação social”, pelo que convocou uma assembleia municipal extraordinária que decorre esta semana para debater o assunto, assumindo que “a população não vai ficar quieta”. Na página oficial da câmara de Peniche, António José Correia lembra que há quase quatro meses que foi solicitada uma audiência ao ministro da saúde e há três meses a comissão municipal de acompanhamento do hospital de Peniche renovou o pedido, “mas até agora nem uma palavra”. Da parte do município de Óbidos, Telmo Faria, aguarda informação oficial sobre este assunto, mas ainda assim mostra-se “frontalmente contra qualquer decisão que venha enfraquecer a resposta hospitalar, a partir das Caldas da Rainha, que é dada, neste momento, à população residente e à população flutuante no nosso concelho, atualmente”. “Por outro lado, na defesa que o Município de Óbidos fez no passado para a construção de um novo Hospital Regional, nas Caldas da Rainha, rejeitámos sempre a tese da requalificação da atual unidade das Caldas da Rainha. Provou-se esse nosso receio, ou seja, que era uma estratégia só para empatar”, disse o autarca de Óbidos. Os autarcas de Alcobaça, Bombarral e Cadaval foram convidados a comentar as notícias que dão a fusão dos centros hospitalares, mas ninguém respondeu. O autarca da Lourinhã, José Custódio, disse que não conhece bem o processo, mas segundo o estudo da reorganização das unidades hospitalares, declarou que as urgências de Torres Vedras passarão para o hospital de São José e as urgências de Caldas para Santa Maria. O presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Miguel, também desconhece o que se está a passar, mas mostrou-se preocupado. “Oiço versões diferentes e ninguém sabe o que é o futuro. Acredito que não sejamos cobaias e espero que não soprem ventos para que lado tombam as árvores. As comunidades torreense e caldense estão muito preocupadas com a desafetação de serviços. Precisamos de ser esclarecidos porque a saúde é dos oestinos e eles ainda não foram ouvidos. Estou extremamente preocupado, mas não quero especular naquilo que não sei. A ARS-LVT esteve no hospital de Torres a apresentar aquilo que será uma proposta e vou tentar saber qual é esse modelo”, referiu. Carlos Miguel não se opõe à junção de administrações, mas considera que “andamos com uma guerra de comadres, com a população alarmada. Isto é tão estúpido porque vejo colegas meus a discutirem nos bastidores onde fica a sede, quando ainda não discutiu as valências, como se isso fosse o importante”, disse, numa clara alusão a Fernando Costa. “Eu aceito que haja valências nas Caldas e outras que existam só em Torres. Isto tem de ser equilibrado”, reforçou Carlos Miguel. No passado sábado, António José Seguro, presidente do PS e líder da oposição, esteve num encontro em Torres Vedras e foi interpelado pelo nosso jornal, mas escusou-se a fazer uma declaração sobre este assunto, mas prometeu ir-se informar e vai pedir explicações ao Governo sobre esta matéria, até porque é residente nas Caldas da Rainha, cidade que diz estar “a perder demasiadas coisas”. Entretanto, Fernando Costa reuniu com a comissão política do PSD na passada sexta-feira onde estiveram diversos agentes da saúde, mas dessa reunião nada saiu, apesar de muitos lhe terem deixado a mensagem de não deixar perder valências. Contudo, o presidente da concelhia do PSD pretende agarrar o património hospitalar e o centro de decisão e mais tarde negociar quais as valências médicas a ficarem nas Caldas. Debate no CCC O PS das Caldas, em conjunto com a CDU e o BE, está a organizar para as 21h desta quarta-feira, 15 de fevereiro, no Centro Cultural e de Congresso das Caldas, um debate, onde vai falar daquilo que sabe e pedir uma posição da população sobre esta matéria. Num manifesto comum à população, designado “Juntos pelo nosso hospital”, os três partidos acusam “o Governo PSD/CDS de pretender relegar para segundo plano o antigo Hospital das Caldas da Rainha – Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) – retirando-lhe valências, especialidades médicas, subordinando-o a uma nova entidade, que querem apelidar de CHO, dirigida a partir de Torres Vedras”. O presidente da Câmara e os deputados Manuel Isaac e Maria da Conceição são criticados por “não defenderem os interesses dos cidadãos que os elegeram”. Ana Jorge, ex-ministra da saúde, disse ao JORNAL das CALDAS, que no seu mandato nunca foi pensada esta hipótese de fusão das administrações dos dois hospitais, contudo, aceita que ambos se devem articular no tratamento de doentes. “São muito complementares porque não abrangem uma população muito grande. A parte norte da população em Torres Vedras, e as pessoas de Mafra e de Sobral são encaminhadas para Loures, fruto de uma parceria público privada assinada pelo ministro Luís Filipe Pereira. É uma decisão que não tem a ver com a capacidade de Torres Vedras, mas com a parceria. Existe um contrato assinado e tem de ser cumprido, caso contrário o Governo teria de pagar, por essa quebra de contrato”, declarou. Quanto à fusão de Caldas e Torres, disse que poderá fazer sentido “para haver alguma diferenciação, se os hospitais se articularem”. Já quanto à gestão conjunta, “não sei se será vantajosa ou não. Tem a suas vantagens e desvantagens. Em algumas áreas pode haver esses dois fatores, mas o importante será a garantia de servir as populações do norte e do sul do Oeste. Ana Jorge confessa que esta fusão será uma “situação complexa”, porque “tem de haver um hospital que fica com uma parte das valências e outra que fica com outras. Não pode ficar tudo no mesmo. Eu não sei quais as especialidades que passam de um lado para o outro. De qualquer forma as urgências das Caldas não podem perder a cirurgia”. Questionada, porque não avançaram as obras da segunda fase e a construção de um hospital novo, a antiga ministra da saúde disse claramente que ficou acordado o avanço da segunda fase, “para aumentar o hospital das Caldas, quer na sua capacidade, quer nas suas valências”, desconhecendo porque tal situação não aconteceu. A antiga ministra adiantou ainda que o novo hospital não avançou porque não havia capacidade para a realizar. Assembleia Municipal no Entrudo Foi marcada uma reunião da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha para o dia 21 de fevereiro, terça-feira de Carnaval, na sequência de um requerimento apresentado de solicitação de reunião com a máxima urgência, pelo Grupo Municipal do Partido Socialista. Carlos Barroso

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