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Enfermeiras vão a casa ajudar doentes crónicos ou terminais

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São aceites como “filhas”, “amigas” e “anjos que caíram do céu” para muitos daqueles que cuidam diariamente. Percorrem dezenas de quilómetros, cuidando da população, numa ajuda preciosa ao tratamento de doenças crónicas ou terminais. A Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) das Caldas da Rainha, criada há cerca de dois meses, já é reconhecida por […]
Enfermeiras vão a casa ajudar doentes crónicos ou terminais

São aceites como “filhas”, “amigas” e “anjos que caíram do céu” para muitos daqueles que cuidam diariamente. Percorrem dezenas de quilómetros, cuidando da população, numa ajuda preciosa ao tratamento de doenças crónicas ou terminais. A Equipa de Cuidados Continuados Integrados (ECCI) das Caldas da Rainha, criada há cerca de dois meses, já é reconhecida por aqueles de quem cuida como uma bênção. O JORNAL das CALDAS acompanhou uma manhã de trabalho de duas das enfermeiras que fazem parte desta equipa e testemunhou a forma como tratam da população fragilizada pelas suas condições de saúde e sociais. Esta equipa não escolhe utentes, nem pode tratar de pessoas ao acaso, uma vez que tem de seguir o protocolo de uma rede nacional para onde todos os doentes, com determinados critérios previamente estabelecidos, são encaminhados. Graça Rito, enfermeira há 22 anos e que já passou pelas urgências do hospital das Caldas, faz parte dessa equipa, assim como Liliana Sobral, que há nove anos está na enfermagem, tendo passado pelas urgências dos hospitais de Universidade de Coimbra. “O que se pretende do enfermeiro é a rapidez de atuação, discernimento e a técnica. Aqui o que se pretende é também o envolvimento. O trabalho exige muito mais em termos de dar mais da nossa própria pessoa, porque é nossa obrigação e dever tentar que cada um destes doentes fique um bocadinho melhor quando saímos. Na urgência isso não se passa, porque atuamos no momento e fica resolvido. Aqui não. Tem de haver um trabalho contínuo todos os dias. É muito desgastante, mas é muito mais enriquecedor em termos pessoais e humanos”, sublinhou Graça Rito. Além do trabalho diário das enfermeiras existe um outro, fruto de uma rede de cuidados que a enfermeira Liliana Sobral considera também vital para o desenvolvimento dos tratamentos. “O nosso trabalho no terreno se tiver ajuda de uma equipa multidisciplinar torna-se mais fácil. A equipa vem responder à falta que havia de outros técnicos e de nós podermos encaminhar as situações que encontrarmos, para tentar resolve-las. Não está nas nossas mãos resolver todos os problemas. Mas direcionamo-los para outros técnicos da nossa equipa. De outra forma as situações arrastavam-se no tempo porque não havia meios. Ao pertencerem à nossa equipa, conhecem os casos, atuam e podem eventualmente direcionar os utentes para outras entidades”, disse. Existe igualmente a responsabilidade e o trabalho da família, que é formada e apoiada por esta equipa da ECCI e outras enfermeiras da UCC, a Unidade de Cuidados à Comunidade, que cuida principalmente da Saúde Mental destes cuidadores. “O trabalho junto de familiares é fundamental. Proporcionamos meios e conhecimentos para que eles melhorem a qualidade de vida do utente e deles próprios. Nós estamos lá uma parte do dia e eles estão permanentemente. Nós precisamos que eles deem continuidade ao nosso trabalho”, reforçou Liliana Sobral. A comprovar estas palavras está Luís Pereira, residente na Fanadia e que recebe, por doença da esposa, apoio da ECCI. A sua mulher, com 85 anos, sofre de um tumor na zona abdominal. O homem, incansável, apesar dos seus 88 anos, trata de Deolinda Santos com todo o carinho e está sempre próximo dela, mesmo na presença das enfermeiras. Deolinda Santos confessou que se sente “cansada” pela doença e que só o tratamento das enfermeiras e do marido a fazem superar as dores que sente. “Tenho muita falta de ar. Tenho um pulmão quase tapado. Tenho a tiroide, diabetes, pulmões fechados, é a desgraça do fígado e barriga. É o tumor, é a perna, é tudo. O tumor foi descoberto há 30 anos. Fui operada à barriga em França e tiraram-me seis quilos. Já estive internada, perguntei se poderia ser novamente operada, mas disseram-me que não, porque não ia aguentar”, relatou. Já o marido sente-se esperançado e ao mesmo tempo motivado com a presença das enfermeiras da ECCI. “São muito carinhosas. É um alívio ver estas senhoras. Explicam-me tudo. É uma equipa muito boa”, disse. Outro caso que testemunhámos foi o de Maria Lurdes Mateus, residente no Bairro dos Arneiros, que tem uma doença nos membros inferiores. “Sinto-me melhor, mais aliviada das dores. Desde que elas aqui vêm, noto uma diferença muito grande para melhor. O trabalho delas é excelente”, comentou a utente, com 61 anos. O seu companheiro, Joaquim Silva, de 73 anos e antigo lenhador, declarou que agora passou a ser enfermeiro e sente-se “motivado”. “Sem as enfermeiras virem era mais complicado para a minha mulher. Custava-lhe a andar e agora, desde que elas vêm, felizmente já se mexe mais. Ensinaram-me a tratar dela”, sustentou. A ECCI é uma equipa multidisciplinar Inserida na UCC e da responsabilidade dos cuidados de saúde primários, com parcerias, com entidades de apoio social, para a prestação de serviços domiciliários, decorrentes da avaliação integral de cuidados médicos, de enfermagem, de reabilitação e de apoio social, a pessoas em situação de dependência funcional, doença terminal ou em processo de convalescença, com rede de suporte social, cuja situação não requer internamento, mas que não podem deslocar-se de forma autónoma. Carlos Barroso

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