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Pêra Rocha com mais 20 por cento de produção

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É num ambiente descontraído e de grande entreajuda que centenas de jovens estudantes, empregados ou desempregados apanham Pêra Rocha nas terras do Oeste. Este ano a apanha corre de vento em poupa, com muita mão de obra, um sintoma da falta de emprego para a qual a agricultura pode ser um refúgio. O ambiente que […]
Pêra Rocha com mais 20 por cento de produção

É num ambiente descontraído e de grande entreajuda que centenas de jovens estudantes, empregados ou desempregados apanham Pêra Rocha nas terras do Oeste. Este ano a apanha corre de vento em poupa, com muita mão de obra, um sintoma da falta de emprego para a qual a agricultura pode ser um refúgio. O ambiente que se vive numa exploração em Casais da Ramalheira, Bomvento, Bombarral é de descontração, mas muito disciplinado no que diz respeito à apanha da Pêra. Um grupo de jovens de Rio Maior junta-se a um grupo de veteranos e as piadas e histórias sucedem-se sempre com os olhos postos no pomar e as mãos nas pêras, nos baldes e nos palotes da fruta. Para baixo e para cima vê-se um tractor que vai recolhendo os palotes cheios da fruta. As histórias entre os apanhadores é interrompida de quando em vez pela dona Benvinda Santos, de 43 anos, a capataz nesta exploração. Os mais jovens respeitam-na e sorriem às suas ordens, obedecendo sempre e com boa disposição. “Está na hora de almoço, mas apanhamos mais esta fila para o camião ficar cheio e depois almoçamos”, disse a capataz, vendo de imediato toda a gente a empenhar-se na tarefa. Quem está de fora verifica que o ambiente é saudável e sério ao mesmo tempo. Um dia a apanhar pêra pode render 35 euros, dinheiro que dá muito jeito aos estudantes que aproveitam para juntar alguns euros e continuar a estudar. É o caso de Patrícia Vieira de 18 anos e estudante em Rio Maior. “Ganho aqui dinheirinho. O trabalho é muito duro. Nos dias de calor é horrível, porque está muito quente e puxa muito por nós. O dinheiro que ganhamos acaba por compensar o esforço. Estou a estudar ciências e tecnologias em Rio Maior e o dinheiro vai ajudar nos estudos e para comprar as minhas coisas”, disse. Também Ângela Borges de 19 anos, estudante em Coimbra aproveita as férias do Verão e em vez de ir para a praia, ganha alguns euros que a vão aguentar durante a época escolar. “Estar aqui é um bocadinho difícil por causa do sol e do calor. Estou a estudar agronomia em Coimbra e este dinheiro será para os estudos e para coisas pessoais. Apesar de ser duro aconselho todos os jovens a terem esta experiência, porque é um bom modo de ganhar dinheiro”, disse. Mais brincalhona, mas sempre da balde para cima e para baixo está Solange Martinho de 17 anos e estudante na universidade em Rio Maior. “Trabalhar aqui é muito cansativo. Dói-me as costas e está muito sol. Os patrões são bons. O que compensa é o dinheiro, mas ficamos muito cansadas e com muitas dores. Há boa disposição, mas a capataz, a senhora Benvinda está sempre a mandar calar a gente. Nós estamos no campo e queremos falar”, disse sorrindo ao mesmo tempo que carregava dois baldes nas mãos. “Os jovens fazem muito barulho e trabalham pouco”, disse a capataz, sorrindo ao mesmo tempo que afirma que é dos melhores grupos que por ali passaram na apanha da fruta. “A campanha está a correr bem e a pêra tem qualidade. Os jovens aproveitam este trabalho para terem mais uns trocos. É aquilo que eu fazia quando era nova e continuo a fazer agora. É um trabalho saudável e recomendável. Desde os 15 anos que trabalho nisto e aconselho os jovens a aproveitarem bem estas oportunidades”, disse Benvinda Santos, auxiliar de Serviços Administrativos. “Trabalhar aqui é bom e o que custa mais não é apanhar as pêras, é mesmo subir às árvores”, afirmou um jovem, acrescentando que “esta é uma experiência única”, esperando que após esta campanha consiga arranjar trabalho na área da informática. Telmo Presado, da Ecofrutas e proprietário desta exploração em Bomvento, considera que a campanha da Pêra Rocha está a correr bem, com mais produção. Quanto à mão de obra este agricultor considera que não existe falta, há até uma oferta muito grande de pessoas para este trabalho agrícola. “Há muita oferta de mão de obra este ano o que me leva a terminar a campanha já na semana que vem”, disse, acrescentando que “o ambiente na agricultura é bom, mas o trabalho é duro. Na altura de Verão é agradável, mas com calor mais intenso nota-se no consumo de água, mas nesta fase o tempo tem ajudado e qualquer pessoa consegue fazer este trabalho”. “Este ano vamos ter uma quantidade de mais 20 por cento do que no ano anterior. Este aumento deve-se ao número de árvores que entraram de produção”, disse. Telmo Presado por último aconselha qualquer jovem que “tenham vontade própria” pode vir trabalhar para a agricultura. Na Masilfrutas, na Fanadia, Vasco, Hélio e Nuno Silva veem esta campanha com alguma espectativa uma vez que vão conseguir cerca de 300 a 400 toneladas de Pêra, num aumento de 20 por cento na produção. “A campanha está a correr bem e estamos com uma boa produção. Estamos quase a terminar a Pêra e estamos já a pensar na Maçã”. Os sócios e familiares consideram que este ano, talvez por causa da crise, houve mais oferta de pessoas para este trabalho agrícola. “Este ano há muita gente jovem a recorrer ao trabalho no campo, mas também temos outras pessoas que ajudam na apanha da fruta e todos portam-se à altura. Este ano tivemos mais oferta de pessoal do que em anos anteriores, e isso pode ser um reflexo da falta de trabalho e de dinheiro que as pessoas sentem. As pessoas aproveitam esta época para ganhar mais algum”, disseram. Já no campo, Tiago Duarte e Nuno Feliciano, com 21 anos, residentes nas Caldas e ambos estudantes de informática, em Leiria sentem-se bem no trabalho no campo, pois apesar de ser duro, ganham dinheiro que lhes faz falta durante o ano. “Ganha-se bronze e o trabalho faz-se bem. Como estamos de férias de Verão, arranjamos este trabalho para se ganhar bem”, disseram. Ana Tomás de 21 anos, residente nas Caldas e antiga estudante decidiu enveredar no mercado de trabalho por um ano antes de voltar aos estudos e conseguiu arranjar este trabalho no campo, que considera ser saudável, mas duro. “Parei este ano de estudar e estou à procura de emprego. Este é um part-time. Penso juntar dinheiro e voltar a estudar e tirar um curso”, disse. Rui Ribeiro, de 33 anos, trabalhador agrícola decidiu apanhar Pêras, aos 8 anos de idade e como o vício está no corpo, não esquece nem falta uma época. “Comecei por trabalhar em parte time e agora é a tempo inteiro. Trabalhar na agricultura é o meu sustento”, disse. Carlos Barroso

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