Seis pessoas ficaram feridas, três delas com gravidade, na sequência de uma derrocada na praia de São Bernardino no passado dia 15 de Agosto. Duas mulheres, com 47 e 32 anos de idade apresentaram traumatismo craniano, sem perda de conhecimento e com escoriações no couro cabeludo e foram as que mais cuidados necessitaram, tendo depois de assistidas pelas equipas da VMER e do INEM no local, sido evacuadas para o Hospital das Caldas. “As duas senhoras estão estabilizadas, conscientes e lúcidas e vão ser transferidas para os hospitais das respectivas residências”, disse à Lusa Nuno Santa Clara, director Clínico do Centro Hospitalar Oeste Norte, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Alcobaça e Peniche. Uma das mulheres, foi evacuada para a unidade de residência em Santarém, uma vez que toda a família é de Rio Maior, com suspeitas de fractura vertebral. A mulher mais nova apresentava “fracturas nos dois membros inferiores com alguma gravidade”, acrescentou o director clinico, sendo transferida para o Hospital de São Francisco Xavier, onde foi tratada no serviço de ortopedia. Um homem com 54 anos, um jovem de 17 anos e uma criança de dois anos, apresentaram também diversas escoriações e foram assistidos no local pelas equipas do INEM e pelo médico da VMER A derrocada deu-se por volta das 15 horas e a dormir estava Hugo Vicente, 34 anos que só teve tempo de fugir com o seu pai, Francisco Vicente, 68 anos vendo ainda uma pedra cair-lhe ao lado. “Estava a dormir e acordei com o estrondo. Levantei-me logo a fugir com o meu pai e ainda vi uma pedra a cair mesmo ao meu lado”, descreveu Hugo Vicente. No café da praia estavam duas familiares, Janine Barreto de 32 anos e Joana Santos de 23 anos que entraram em pânico ao ver a derrocada e sabendo que na zona atingida se encontravam o pai e o namorado. “Nós estávamos no bar a comer e ao vermos a derrocada entramos em pânico”, disseram ao mesmo tempo que assumiram que estavam muito perto da arriba. Também Flávio Santos de 24 anos estava na praia e assistiu à derrocada, descrevendo que apenas ouviu um estrondo e quando olhou estavam as pedras todas a cair. Já na assistência às pessoas, participaram várias pessoas, destacando-se o nadador salvador e um popular. A zona onde ocorreu a derrocada tem uma placa de sinalização dando conta do perigo e por esse facto o vice-presidente da Câmara de Peniche, Jorge Amador, considera que houve desrespeito. “Chamamos a atenção para o facto das pessoas não estarem em determinadas zonas. Temos ali uma placa que diz queda de blocos e arribas instáveis. Houve um não cumprimento deste nosso apelo e por isso aconteceu esta situação. Há a lamentar seis feridos. Fica o apelo de todas as entidades para que as pessoas cumprem as regras de segurança. Se isso fosse feito estaríamos numa situação em que as pedras tinham caído e não haveriam vitimas a lamentar”, disse o autarca. Jorge Amador lembrou ainda que o acidente vem “reforçar a necessidade de uma intervenção urgente na arriba”, por parte das entidades competentes. Estiveram por isso no local técnicos e o presidente do Instituto da Água que admitem antecipar a consolidação da praia de S. Bernardino. “Vai ser feita uma avaliação técnica que irá dizer se vale a pena antecipar a intervenção prevista para esta arriba”, afirmou o presidente do INAG, Orlando Borges. A consolidação da arriba de S. Bernardino tem execução prevista para 2012, no âmbito do plano de acção 2007/2013, que prevê intervenções em mais de uma centena de praias do país. “São cerca de 18 milhões de euros que serão investidos para garantir a segurança de centenas de arribas onde há risco de queda de pedras”, adiantou o presidente do INAG. Só em S. Bernardino serão aplicados 1,6 milhões de euros, numa intervenção que, segundo a vice-presidente do Instituto, Ana Seixas, inclui “o desmonte de alguns blocos de pedra que estão mais instáveis e em risco de ruir, pregagens, colocação de redes de sustentação e drenagem de águas”. A derrocada teve lugar numa arriba com 12 metros de altura, mas a queda da maior parte das pedras foi travada por uma estrutura construída junto à linha de água, a cerca de seis metros de altura. O alerta foi dado às 14.51 horas e estiveram no local 16 bombeiros e sete viaturas dos operacionais de Peniche. A Polícia Marítima procedeu já à interdição da área circundante com uma fita de protecção, criando-se um perímetro de segurança, mas a praia não deverá ficar interdita nos próximos dias. Carlos Barroso
Derrocada em S. Bernardino provoca vários feridos
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