Os pais dos 17 alunos da escola do 1º ciclo em São Mamede, no Bombarral, não aceitam o encerramento do estabelecimento de ensino por não atingir a meta de 21 alunos exigida pelo Ministério da Educação, denunciando que as crianças passarão a frequentar uma escola sem cantina e a três quilómetros da aldeia. “As crianças vão ser colocadas numa escola que tem piores condições e onde as crianças têm de percorrer cerca de 600 metros para almoçar numa colectividade”, faz notar Filipe Rodrigues, porta-voz da comissão de pais. Segundo sustenta, a escola de São Mamede “tem todas as condições para funcionar. Tem cantina, espaço para actividades extra curriculares e para a prática de desporto”. O facto de não atingir o número de 21 alunos “deve-se ao agrupamento de escolas ter recusado matricular crianças por ordem do Ministério da Educação”, alega. “Ainda não podemos mandar vir os livros, porque não sabemos para onde vão as crianças”, lamenta Lucinda Silva, avó de uma das crianças. “Tendo em conta as declarações do sr. ministro da Educação, que afirmou que iam encerrar 266 escolas que correspondiam a situações em que estão concluídos os centros escolares ou onde houvesse a colaboração da autarquia, a escola de São Mamede à partida estaria fora dessas 266 escolas a encerrar”, sublinha Filipe Rodrigues. “Porque nem está construído o centro escolar previsto para a freguesia da Roliça e nem autarquia está de acordo com o encerramento desta escola, como se pode verificar na moção votada por unanimidade na Assembleia Municipal, os pais não aceitam o encerramento desta escola”, frisa. “Se querem fechar, fechem escolas com menos qualidade de estrutura, ou então porque é que não transferem os outros miúdos para São Mamede?”, interroga. A comissão de pais já foi recebida pelo ministro da Educação e por vários grupos parlamentares, tendo o deputado José Luís Ferreira, de “Os Verdes”, questionado o Governo sobre o encerramento da escola. Francisco Gomes