Um funcionário da Câmara Municipal, com 68 anos, doente oncológico terminal, dormiu durante um ano e meio nas Piscinas Municipais. O caso foi denunciado por frequentadores do espaço público e que já não conseguiam ver o estado de saúde e a situação decadente em que o funcionário se encontrava devido aos tratamentos. António Mendes confirmou a sua estada e que se encontrava de baixa médica devido a doença oncológica há cerca de um ano e meio, mas nunca deixou de trabalhar e tratar a qualidade das águas das Piscinas Municipais. O trabalhador revelou que dormiu entre a arrecadação das casas das máquinas e as instalações do posto médico, justificando esta atitude por uma questão de facilidade no acesso ao serviço, inicialmente, mas que também acabou por coincidir com a sua saída de casa. Só há cerca de quinze dias, quando o assunto foi denunciado ao JORNAL das CALDAS, é que os técnicos da autarquia e responsáveis políticos decidiram fazer alguma coisa, culminando no dia 28 de Julho com a proibição do funcionário em dormir nas instalações. António Mendes confirmou esta imposição camarária, descrevendo que irá ser acolhido em casa de um dos seus dois filhos, mas pondera vir a dormir na sua viatura. Questionada a autarquia porque razão dormiu o funcionário no posto médico, durante quanto tempo e o que foi feito para evitar esta situação, o vereador do desporto e vice-presidente da Câmara, Tinta Ferreira, através do gabinete de imprensa, refugiou-se e não assumiu na totalidade que o funcionário dormisse ali há tanto tempo, preferindo dizer que não houve qualquer problema em o trabalhador dormir no posto de trabalho, porque foi a pedido do próprio. “As piscinas necessitam de tratamentos que por vezes são realizados durante a madrugada, horas antes da abertura ao público do equipamento. O funcionário responsável por esses tratamentos sugeriu/questionou se nessas ocasiões não poderia, por uma questão de facilidade, permanecer nas instalações da piscina. Não vimos problema com isso, mas esse cenário é diferente daquele que refere nas questões que coloca”, afirma o autarca. Estranha-se esta resposta tendo em conta que o trabalhador se encontra de baixa médica por doença oncológica, que entretanto subiu de grau de gravidade, passando a doente terminal, como o próprio revelou. Por outro lado o vereador já assume que existe um problema e que o mesmo foi encaminhado para o pelouro da acção social. “A pessoa em questão, devido a situações da sua vida, está a ser acompanhada pelos técnicos dos serviços sociais, que têm procurado contribuir para ajudar em alguns dos problemas decorrentes da sua situação de saúde”, afirma. Por insistência junto da vereadora do pelouro da acção social, chegou na passada sexta-feira a uma nova resposta que dava conta que já foi pedida com carácter de urgência uma autorização para António Mendes ocupar uma habitação social. “Como já referimos em anterior contacto, a situação do funcionário está a ser acompanhada pelos técnicos dos serviços sociais que têm procurado contribuir para ajudar em alguns dos problemas decorrentes da sua situação de saúde. Relativamente à questão da habitação, e estando disponível um fogo com as características correspondentes ao seu agregado familiar foram encetadas diligências junto do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) para disponibilizar a referida habitação, cuja renda será determinada de acordo com os seus rendimentos. Referimos que hoje mesmo seguiu o pedido para o Instituto, solicitando resposta com carácter de urgência, visto a habitação estar livre e poder ser rapidamente ocupada”, revela uma informação da Câmara, depois de nova insistência por parte do JORNAL das CALDAS. O operário está a receber tratamentos no IPO de Coimbra, tendo os técnicos daquela instituição estranhado a morada de António Mendes, Piscinas Municipais das Caldas da Rainha, tendo por isso questionado esse domicílio. Num contacto com os técnicos dos serviços sociais do IPO de Coimbra, os mesmos não quiseram revelar ou confirmar qualquer dado sobre o doente, remetendo o assunto para a direcção clínica. De forma não oficial, sabemos que houve pelo menos um contacto entre esta instituição e a autarquia das Caldas, mas a resposta não terá sido do agrado das técnicas do IPO, que terão desabafado ao doente que “o assunto terá de ser resolvido por outra via”. O funcionário garantiu ainda que desde que foi o caso denunciado pelo JORNAL das CALDAS, há duas semanas e meia, têm havido muitas movimentações e algumas pressões, cujos episódios está disposto a contar. António Mendes sente-se envergonhado pela situação que está a passar, tendo a divulgação pública acabado por ser a melhor forma de resolver o problema mais rapidamente. O operário quer agora reformar-se, até porque devido à doença está debilitado, tendo o INEM das Caldas ido buscá-lo em emergência às Piscinas, devido a complicações. A última vez aconteceu a 26 de Julho, no dia em que regressou dos tratamentos do IPO. Carlos Barroso
Funcionário da Câmara dormiu ano e meio nas Piscinas Municipais
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