Um momento de reflexão sobre o futuro do turismo da Região Oeste foi o que aconteceu no passado dia 27 na conferência intitulada “Inovtur’11 – Inovar Pensar Oeste, no CCC das Caldas da Rainha, organizada pelos catorze alunos finalistas do curso de operações turísticas e hoteleira, da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, pólo das Caldas. Um verdadeiro espectáculo de bar de conceito americano gerido pelo “world master bartender” , Paulo Ramos, cativou os alunos de turismo. E como esta região é conhecido pela boa mesa, a gastronomia também esteve em destaque através das mãos do  jovem Chef Cozinheiro do Ano 2009, Igor Martinho, que deliciou os espectadores com o seu prato original de bacalhau com grão. Realce ainda para a demonstração da cozinha molecular. A conferência, que surgiu no âmbito da disciplina de Congressos e Eventos coordenada pelo docente Miguel Costa, teve uma representatividade transversal a todas as áreas, de informação turística e novas tendências das áreas de restaurante, bar e cozinha. Por parte dos organizadores houve a preocupação de inserir nas actividades ligadas à cozinha e bar os produtos tradicionais e regionais. O presidente do Turismo do Oeste, António Carneiro, foi um dos oradores da conferência que apresentou as potencialidades a nível turístico do Oeste, bem como a estratégia a adoptar para o desenvolvimento da região nos próximos anos. Desenvolvimento de produtos turísticos do Litoral, valorização do património e desenvolvimento do Golfe e Turismo residencial são, segundo António Carneiro, alguns dos planos de acção para o Oeste. Segundo este responsável, o plano de pormenor  para a construção do empreendimento turístico e um hotel de cinco estrelas na Foz do Arelho, foi aprovado. Para António Carneiro isto é um grande passo administrativo para a criação do Rainha Golf & Spa que irá ter ainda um campo de golfe e habitação turística, à semelhança do que acontece no Campo Real, em Torres Vedras. “Neste momento o que está a ser trabalhado é a estrutura de financiamento. Ainda há meia dúzia de parcelas de terreno por adquirir mas é pouco e acredito que o projecto possa avançar”, revelou o presidente do Turismo do Oeste. Para este responsável, um Hotel de cinco estrelas para as Caldas é determinante mas coloca alguma dúvida sobre a sua capacidade de fixação. “As Caldas não têm o produto turístico que muita gente pensa que tem”, sublinhou, referindo que com a abertura do Hotel Lisbonense, as Caldas fica com uma oferta hoteleira muito “substancial”. “Não sei se terá capacidade de fixação, uma coisa é aguentar o hotel durante os meses do Verão, outra é aguentá-lo durante 12 meses”, apontou. António Carneiro considera que Caldas vai ter de aproveitar melhor os eventos de Óbidos. Deu o exemplo do Campo Real, que “está a mais de 30 quilómetros de Óbidos e na altura do Festival de Chocolate vendia pacotes para o evento”. António Carneiro referiu que o parque museográfico das Caldas é um contributo precioso, mas admite que dificilmente terá a capacidade de só por si atrair turistas, a não ser que “tivessem muito dinheiro para o promover”. Aos alunos de turismo, António Carneiro referiu que em Portugal não haverá trabalhos para todos, aconselhando os jovens a procurarem emprego noutros países, dando o exemplo de Marraqueche, um local com um forte crescimento turístico e onde estão a nascer novos hotéis de cinco estrelas. Quanto à gastronomia e vinhos para o desenvolvimento do turismo, este responsável manifestou que a criatividade e inovação da “belle cuisine” é importante mas disse que é preciso haver um equilíbrio entre os pratos tradicionais e os modernos porque muitos turistas procuram na região os pratos tradicionais. “Em Peniche muito estrangeiros continuam a procurar a caldeirada”, apontou António Carneiro. Quatro meses de trabalho foram compensados com o sucesso do evento que teve presente escolas de turismo, a Escola Superior de Tecnologia do Mar de Peniche e duas escolas das Caldas, a ETEO e a Rafael Bordalo Pinheiro e ainda alguns empresários, professores, e hoteleiros. Paula Chaves, , aluna finalista que fez parte da organização desta iniciativa, fez um balanço positivo da primeira edição da Inovtur’11. Revelou que sentiram algumas dificuldades na organização do evento mas que esse foi o objectivo do desafio que foi ultrapassado. “O mais difícil foi obter patrocínios”, apontou a aluna, que sendo finalista sente-se preparada para entrar no mercado de trabalho, onde pretende arranjar emprego na unidade em que estagiou, no Sheraton Porto na área de house keeping (governanta geral). Segundo, Daniel Pinto, director da Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, este foi o primeiro grande evento fora de portas e a ideia é para o ano levar a cabo a segunda edição. Marlene Sousa