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Três médicos acusados de homicídio por negligência

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Duas médicas, de 41 e 47 anos, e um médico, de 41 anos, são acusados de um crime de homicídio por negligência, por alegadamente não terem prestado o socorro devido um homem de 65 anos, que depois de ir três vezes às urgências do Hospital das Caldas da Rainha no espaço de 24 horas, acabou […]
Três médicos acusados de homicídio por negligência

Duas médicas, de 41 e 47 anos, e um médico, de 41 anos, são acusados de um crime de homicídio por negligência, por alegadamente não terem prestado o socorro devido um homem de 65 anos, que depois de ir três vezes às urgências do Hospital das Caldas da Rainha no espaço de 24 horas, acabou por falecer. O caso arrasta-se desde 2003 e na semana passada a audiência para início de julgamento no tribunal das Caldas acabou por ser cancelada, por falta de uma perícia. Segundo o despacho de acusação, a que o JORNAL DAS CALDAS teve acesso, José Vieira Camacho recorreu por três vezes ao Serviço de Urgência do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, nos dias 22 e 23 de Julho de 2003, sempre com queixas e falta de ar, suores e abundantes dores no peito. Na primeira vez foi assistido por uma médica e pela chefe de urgência, que lhe prescreveram medicação e deram-lhe alta, “sem contudo ficar qualquer registo sobre as razões de tal decisão”, refere o Ministério Público. “Face à taxa de glicemia no sangue superior a 466 mg/dl, associados às queixas de falta de ar e dor no peito, justificava-se prosseguir o estudo do caso do doente com o seu internamento, nomeadamente para o controle da glicemia, que deveria ser reavaliada de hora em hora e a realização de um electrocardiograma”, defende o Ministério Público. José Camacho regressaria no mesmo dia aos serviços de urgência, devido ao facto do seu estado de saúde não registar melhoras. Foi então assistido por um médico, que após receitar medicação, e em concordância com a chefe de equipa da urgência, voltou a dar-lhe alta. No dia seguinte, pela terceira vez, foi levado aos serviços de urgência, tendo durante o caminho sido assistido pelos bombeiros, que lhe mediram a glicemia, com valores de 490 mg/dl, e o colocaram com oxigénio. Chegado ao hospital, e na altura em que estava a ser analisado por outra equipa médica, entrou em paragem cardio-respiratória, vindo a falecer. No certificado de óbito, consta como causa da morte “enfarte agudo do miocárdio devido ou consecutivo a diabetes melitus, insuficiência respiratória e doença pulmonar crónica obstrutiva”. O Ministério Público sustenta que a morte “veio a ocorrer devido à falta de tratamento médico adequado aquando da assistência recebida pelo doente nas primeiras duas intervenções no Centro Hospitalar”. “Face a toda a sintomatologia apresentada nas duas ocorrências e o registo existente dos valores elevados relativos a glicemia capilar, exigia a realização de outros exames de diagnóstico complementar, nomeadamente a realização de um electrocardiograma e controle dos valores da glicose no sangue, pelo que nestas circunstâncias o doente deveria permanecer naqueles serviços”, refere o Ministério Público. “A omissão de tais procedimentos médicos veio a potenciar o risco de morte que veio a ocorrer”, vinca. Familiares indignados com atrasos Sandra Camacho, Henrique Camacho e Gabriela Camacho, três filhos da vítima, que era funcionário da EDP e estava prestes a reformar-se, não percebem como é que o processo se arrasta há mais de sete anos no tribunal e ficaram indignados por terem recebido há dias a informação de que a datas previstas para o início e continuação do julgamento tinham sido consideradas “sem efeito”. “Foi-nos dito pelo advogado que se devia a uma questão de competência do tribunal para julgar o pedido de indemnização cível e que uma coisa não podia avançar sem outra. Nos serviços do tribunal disseram-nos que faltava uma perícia”, revelaram ao JORNAL DAS CALDAS. Contactado o 1º Juízo do Tribunal das Caldas da Rainha, a informação obtida foi de que as datas do julgamento tinham ficado sem efeito apenas por “falta de uma perícia”. Francisco Gomes (texto) Carlos Barroso (fotos)

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