A Praça de Touros das Caldas teve pouco público a assistir ao espectáculo de recortadores, no passado sábado, onde cinco corajosos homens, um português, três espanhóis e um francês, tourearam os animais usando apenas o corpo. Sem o típico capote para tourear ou qualquer outro adereço, os recortadores transmitem ao público emoção e risco de uma arte. São com acrobacias, saltos, voos e fintas perante toiros de lide que os recortadores ocupam há nove anos lugar de destaque em Espanha e há cinco em Portugal. Pedro Moita é recortador de toiros português e considera-se um toureiro, mas não tem o capote como os outros. “Toureamos na mesma, citamos o toiro e temos a nossa arte de estar na praça. No momento de encarar o toiro, não é preciso capote, muleta ou cavalo”. De acordo com este jovem, natural da Moita do Ribatejo, o espectáculo nasceu em Espanha, onde existem muitos concursos de recortadores e excelentes profissionais desta arte. “É uma tradição muito antiga, que nasceu nos casamentos e festas de outros tempos, onde havia espectáculos com toiros bravos”, apontou. “Fizemos um grupo e é um hobbie difícil de manter porque ninguém vive disto. No Verão tiramos férias e dias para participar nas corridas para poder mostrar ao Mundo o que fazemos. Este grupo é formado por vários campeões de recortadores. Não digo que somos os melhores, mas estamos nos lugares cimeiros. Todos nós já ganhámos vários concursos”, disse. O único artista português desta arte explica que “todos nós frequentamos ginásios, corremos pelas ruas, treinamos bastante com o gado bravo e acima de tudo temos cuidado com a nossa alimentação. Tudo isto contribui para que depois o espectáculo resulte”.   Carlos Barroso