Delfim Azevedo e Fernando Costa trocaram palavras azedas no final da reunião da Assembleia Municipal das Caldas da Rainha, após o socialista ter acusado o social-democrata de falsificação de documentos. Tudo começou quando Fernando Costa apresentou um novo ponto na ordem de trabalhos e com ele veio uma minuta com um parecer técnico assinado por Ana Paula Neves, como chefe de gabinete, o que fez estalar o verniz de Delfim Azevedo. É que segundo o vereador do PS, que tinha votado favoravelmente a mudança da construção do parque de estacionamento da Avenida da Independência Nacional para a Praça 25 de Abril, o parecer técnico não lhe foi apresentado. Ora, perante este facto, Delfim Azevedo não gostou e sentiu-se traído pelo voto de confiança dado a Fernando Costa, que apenas apresentou aquele documento na reunião magna dos deputados. Fernando Costa acabou por sair do edifício debaixo de alguns insultos e de forma rápida escusou-se a trocar argumentos com o vereador do PS. Quem ficou a defender a dama foi Tinta Ferreira e Maria da Conceição, que estiveram alguns minutos no hall de entrada dos Paços do Concelho a tentar acalmar a posição dos dois vereadores do PS, que se mostraram enganados pelo presidente da Câmara. Quanto à discussão deste ponto, quem se mostrou renitente a esta mudança de atitude por parte da Câmara foi Mário Pacheco, deputado do PS, que lembrou uma deliberação da Assembleia Municipal que declarava, perante estudos técnicos, que a melhor opção era a construção do parque de estacionamento na Avenida da Independência Nacional em detrimento de outras duas opções, em frente à Câmara, na Praça 25 de Abril, que foi sempre acarinhada por Vasco Oliveira, e a terceira opção, na zona perto da actual PSP. Fernando Costa deu a entender a que melhor solução era na Avenida, mas quase dois anos depois apresenta novos argumentos para ir de encontro à proposta de Vasco Oliveira. Na base desta mudança estão os fundos comunitários e um projecto que a edilidade pode comprar por 25 mil euros à empresa Linto e Marques, que segundo o parecer assinado por Ana Paula Neves, não fica claro se terá 270, 330 ou 340 lugares de estacionamento e se será realizado em dois ou três pisos, já que a escrita é de tal forma confusa que também não se percebe se há estudos a nível freático para a zona em frente à Câmara, Tribunal e Igreja. Toda esta confusão deve-se simplesmente à oportunidade de agarrar uma directiva comunitária do programa Mais Centro para a regeneração urbana e que terá de ser entregue até ao final deste mês a candidatura.   Carlos Barroso