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A Lagoa – que estratégia?

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Num momento em que cresce o debate acerca da Lagoa de Óbidos e Caldas, muito por mérito da comunicação social, permito-me fazer uma reflexão sobre a matéria. Olhar a Lagoa como uma mera e má praia, apenas porque existem o sol, a água e a areia, ou como atracção de “resorts”, é ter uma visão […]
A Lagoa - que estratégia?

Num momento em que cresce o debate acerca da Lagoa de Óbidos e Caldas, muito por mérito da comunicação social, permito-me fazer uma reflexão sobre a matéria. Olhar a Lagoa como uma mera e má praia, apenas porque existem o sol, a água e a areia, ou como atracção de “resorts”, é ter uma visão redutora das reais potencialidades da Lagoa, mas é apenas isso que ela tem sido de facto. Desde logo porque se tratam de “produtos” turísticos sazonais, mas principalmente porque praias, campos de golfe e hotéis, existem por todo o mundo e como tal, sujeitos a forte concorrência. Os recursos endógenos daquele território, como elementos potenciadores da sua sustentabilidade, são ignorados. Responsáveis políticos não se entendem e alheiam-se. Os técnicos aproveitam a circunstância e vão tentando entreter-nos com sacos de areia e agora com umas carradas de areia. E a Lagoa está aceleradamente em vias de desaparecimento. Ao invés da praia e dos “resorts”, aquela massa de água que penetra no território é única; aquela paisagem consubstanciada na relação entre a zona seca e a zona húmida, é única; aquele ecossistema, é único; aquela diversidade gastronómica, é única; aquelas características para a prática de alguns desportos náuticos, são raras. Estamos a falar dos recursos endógenos, que não são sazonais, nem estão sujeitos a concorrência. Estes são os elementos que se podem constituir, eles próprios como “produtos” turísticos e serem impulsionadores de efectiva actividade económica, mas também como complementares da praia e dos “resorts”, ambos com tanto de banalidade, como de interesse económico cada vez mais duvidoso. A transformação económica / social que estamos a viver, vem suportar com maior ênfase a necessidade de usar estes elementos como factores de interesse económico para a região. É tempo de perceber de uma vez, que os paradigmas mudaram. Aqueles recursos dão corpo ao turismo gastronómico, ao turismo de natureza, ao turismo paisagístico e ao turismo náutico, que inclusivamente são apontados no próprio PENT, Plano Estratégico Nacional de Turismo, como aqueles que maior potencial de crescimento apresentam para os próximos 10 anos. Mas por cá ninguém percebeu. Para que isto seja possível é necessário resolver os problemas que eternamente afectam a Lagoa: a débil regeneração hidrológica; a poluição; o assoreamento e os políticos. Relativamente à poluição, parece que a Águas do Oeste lá vai fazendo o seu trabalho, que esperamos, um dia esteja concluído. Já quanto à débil regeneração hidrológica e ao assoreamento, não se sentem os mais leves sinais do INAG ter a intenção de iniciar as dragagens, solução ao que parece, única possível e tecnicamente conhecida, para resolver o problema. Os sinais que se tornam evidentes são os da falta de vontade e capacidade, para levar por diante a tarefa. Elucidativa é a caricata acção de entretenimento agora encetada com a reposição de umas “carradas” de areia, como se alguém acreditasse que aquilo seja uma solução. No entanto a táctica utilizada por aquele instituto vai resultando em pleno: ilude autarcas e população em geral, prometendo sempre mas adiando sistematicamente tudo. Tem razão o Dr. Telmo Faria, quando demonstrou no recente debate organizado pela Comissão Cívica das Linhas de Água e Ambiente, a sua descrença relativamente ás intenções do INAG, porque de facto elas não são boas. E atente-se nas contraditórias soluções sugeridas pelo INAG, para resolver a recente investida das águas sobre o areal do lado da Foz do Arelho. Foi proposta a colocação sacos de areia para de travar o avanço das águas, o que pressupõe que elas vão continuar a subtrair o areal. Rejeitada esta solução, propõe a reposição da areia como forma de aumentar a praia. Se o mar vai continuar a invadir o areal, para quê colocar areia? Obviamente será desperdício, como aconteceu na Costa da Caparica, onde os milhões de metros cúbicos lá colocados já foram levados pelo mar. Mas note-se que o que se passa naquele outro local, tem origens e efeitos distintos do que se passa na Lagoa de Caldas e Óbidos, embora a “receita” do INAG seja a mesma, aqui estamos perante uma questão muito simples e de raciocínio elementar: se a areia está no interior da Lagoa, a água tem que vir para fora. Solução: retirar a areia do interior para dar lugar à água. Básico, óbvio, elementar, sem necessidade de estudos científicos. Tudo se resolveria se responsáveis políticos de ambos os concelhos, presidentes das câmaras de Caldas e de Óbidos se entendessem e esta será a única forma de pressionar o poder central e não o INAG. Note-se que o entenderem-se, pressupõe: Definir uma estratégia conjunta de actuação; Falarem a uma só voz; Convocarem para as acções a desenvolver, as personalidades e as associações que entenderem por adequadas; Perece claro que o interlocutor dos Presidentes de Câmara de Caldas e Óbidos não pode continuar a ser o INAG, mas sim o próprio ministro do Ambiente. É ao nível do topo da pirâmide que eles se devem movimentar. Ou continuarão a debater-se com a falta de vontade, promessas e adiamentos sistemáticos. Até porque entenda-se, o INAG não tem nenhum problema para resolver, quem tem um grande e grave problema para resolver são os Srs. Presidentes das Câmaras. Os autarcas eleitos pelos munícipes de ambos os concelhos, deverão perceber que os cidadãos estão alertados para esta problemática pelo crescendo do debate e percebem quem tem de facto vontade de resolver a questão. A passividade dos autarcas é por demais evidente relativamente á questão da lagoa. Para terminar, lembramos que nesta região existe um exemplo relativamente recente de como movimentos supra partidários e independentes, desde que organizados, surtem efeitos positivos. Todos nos recordamos do movimento gerado para abolição das portagens na A8. Nessa altura, autarcas de diversos partidos, personalidades de todos os quadrantes, associações profissionais e cidadãos anónimos, congregaram esforços e levaram por diante as suas reivindicações. Não estará no momento de dar forma a um movimento desta natureza? Rui Gonçalves

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