O Turismo de Saúde e Bem-estar é o sector cuja procura está a aumentar, proporcionando vários tipos de serviços – como as termas, Spas, talassoterapia e clínicas especializadas. Questões discutidas no seminário “Termalismo: Evolução e Perspectivas” no âmbito da iniciativa “ETEOViva 2009 Partilhe Connosco o Futuro” da Escola Técnica Empresarial do Oeste (ETEO), nas Caldas da Rainha, que apresentou de 11 a 14 de Março algumas actividades e trabalhos produzidos pelos alunos dos diferentes cursos. Os 25 alunos finalistas do curso Técnico de Termalismo estão a terminar o trajecto de três anos que começou em 2006. Este seminário revelou-se importante na medida que estes estudantes vão entrar no mercado de trabalho. O turismo de saúde é actualmente, segundo, Filomena Rodrigues, presidente da Direcção da ETEO, um sector em crescimento e que se prevê fundamental para o futuro destes técnicos de termalismo. “Foi a primeira turma do curso que funcionou na escola e na cidade. Nós só há três anos atrás nos propusemos a oferecer este tipo de formação porque penso que estão agora criadas as condições de mais empregabilidade dado que as técnicas utilizadas com água termal são também as utilizadas nos Spas”, disse a directora da Escola. Para esta responsável, “o aparecimento de estabelecimentos dedicados ao bem-estar e os hotéis de cinco estrelas que estão previstos para esta Região, que irão certamente apostar nos tratamentos especializados nos seus Spas, poderá levar estes estudantes a encontrar o seu lugar no mercado de trabalho”. Segundo Filomena Rodrigues, quando a Associação para o Ensino Profissional do Oeste, (APEPO), que gere a ETEO, se propõe a abrir cursos, faz sempre uma percepção do mercado. “A nossa filosofia é abrir cursos nas áreas profissionais onde os estudantes possam encontrar mais facilmente emprego”, apontou. Dado que a primeira turma do Curso Técnico de Termalismo está a terminar a sua formação profissional é a intenção da ETEO abrir para o próximo ano lectivo outra turma. Para este curso a Escola assinou um protocolo com o Centro Hospitalar das Caldas da Rainha para a utilização das instalações e dos técnicos do Hospital Termal. Filomena Rodrigues vai agora pedir uma audiência ao presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Oeste Norte, Manuel Nobre, para que esta parceria se possa continuar a desenvolver. Esta responsável espera muitas inscrições para o curso porque a ETEO esteve representada num certame em Lisboa e vários jovens de sul a norte do país já deram o nome para a nova turma de Técnico de Termalismo. Outra novidade para o próximo ano lectivo é a abertura do Curso Profissional de Auxiliar de Acção Médica, que pretende dar formação na área da saúde. “A alerta da necessidade deste curso foi dada pelo enfermeiro supervisor, Manuel António, que agora faz parte da administração do Centro Hospitalar Oeste Norte”, disse esta responsável, acrescentando que “a nível nacional há uma carência muito grande de formação na área de Auxiliar de Acção Médica”. Se o curso for homologado atempadamente, para o próximo ano lectivo a ETEO dará início a uma nova turma na área da saúde, que deverá contará com a parceria do Centro Hospitalar Oeste Norte. Filomena Rodrigues revelou ainda que vão fazer a organização dos conteúdos por módulos para que brevemente possa também haver formação para activos de auxiliar de acção médica. Numa altura em que se defende a humanização dos cuidados, é segundo a directora da Escola, “nosso dever preocupar-nos em proporcionar um atendimento com qualidade a todos os clientes das instituições de saúde”. “Termalismo: Evolução e Perspectivas” Vasco Trancoso, presidente do Conselho de Administração do extinto Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, foi um dos convidados para a sessão de abertura do seminário, “Termalismo: Evolução e Perspectivas”. Ao longo de uma década à frente do conselho de administração, e como fundador do serviço de gastrenterologia e escola de termalismo, Vasco Trancoso falou da possibilidade de haver uma transferência para Caldas da Rainha do curso de termalismo para médicos que decorria no Instituto de Hidrologia de Lisboa, Instituto Superior Técnico. Também convidado para a mesa de abertura do seminário, Manuel Nobre, Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Oeste Norte, falou da importância do curso na área de Auxiliar de Acção Médica e que está aberto a continuar a trabalhar em parceria com a ETEO. Perante a questão de um aluno sobre o envio do seu o currículo para o Hospital Termal, José Franco, coordenador do curso Técnico de Turismo e Director Clínico do Hospital Termal das Caldas, também presente na sessão de abertura, respondeu que Governo não deixa abrir concursos novos. “Se houvesse um acréscimo de termalistas então aí possivelmente haveria algumas hipóteses de trabalho, mas com a crise económica que o país atravessa devido que isso aconteça a curto prazo”, apontou. O seminário contou com a presença da socióloga Margarida Rézio, que falou do “Termalismo e Formação Profissional”. Mais técnicas foram as intervenções dos enfermeiros Maria de Jesus Manique e José Manuel Costa, do Serviço de Medicina Física e de Reabilitação do Centro Hospitalar Oeste Norte, que fizeram uma comunicação sobre os benefícios das águas minerais naturais nas doenças reumáticas inflamatórias crónicas. José Manuel Marques, um dos investigadores do Instituto Superior Técnico (Centro de Petrologia e Geoquímica), apresentou o projecto intitulado “Contribuição da Hidrologia Isotópica para o Aperfeiçoamento do Modelo Conceptual de Circulação das Águas Termais das Caldas da Rainha”, que foi solicitado e financiado pelo extinto Centro Hospitalar das Caldas da Rainha. Este estudo, que já foi apresentado à imprensa local, revela que o modelo de circulação do aquífero, desde a Serra d´Aire e Candeeiros até à zona urbana das Caldas, “está isolado de potenciais contaminantes provocados pelo homem, como pesticidas, suiniculturas ou outros produtos tóxicos”. O estudo revela ainda que o aquífero não é influenciado por alterações climáticas extremas, como por exemplo, períodos prolongados de seca e que as águas termais têm Caldas têm cerca de 8 mil anos. Marlene Sousa