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Vai ser criada a Casa Ferreira da Silva

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Fazer uma retrospectiva da obra do Mestre Ferreira da Silva e criar um espaço digno na cidade onde a sua criatividade possa ser vista é um projecto que o presidente da Câmara das Caldas quer ver concretizado. Segundo Fernando Costa, não “há ninguém melhor para dar os primeiros passos para que isto se concretize do […]
Vai ser criada a Casa Ferreira da Silva

Fazer uma retrospectiva da obra do Mestre Ferreira da Silva e criar um espaço digno na cidade onde a sua criatividade possa ser vista é um projecto que o presidente da Câmara das Caldas quer ver concretizado. Segundo Fernando Costa, não “há ninguém melhor para dar os primeiros passos para que isto se concretize do que o próprio artista, que escolheu há várias décadas este concelho para desenvolver o seu trabalho de autor”. “A Casa Ferreira da Silva será integrada no conjunto museológico das Caldas. Poderá ser junto à ampliação do Museu de Cerâmica ou pode vir a ser um espaço individualizado sempre na área museológica”, disse o presidente do Município. O autarca falava na cerimónia de homenagem do Mestre Ferreira da Silva, que teve lugar no pequeno auditório do CCC, no passado domingo. Fernando Costa disse ainda que foi feito um contrato com o artista para que ele fique a criar peças para o Município. Segundo o autarca “no contrato está também incluída a entrega de desenhos e outras peças já antigas para integrarem a futura unidade museológica”. A homenagem ao artista insere-se na Festa da Cerâmica, uma iniciativa camarária que tem como comissário o historiador João Serra. Fazia parte do programa desta sessão uma apresentação das linhas gerais do Programa da Festa da Cerâmica, que vai começar em Maio próximo, mas por falta de tempo essa apresentação foi adiada. No entanto, a Festa de Cerâmica quis já homenagear Ferreira da Silva, que celebrou no passado mês de Dezembro o seu 80º aniversário. A cerimónia começou com a com a exibição do documentário “Gravura, essa mútua aprendizagem”, de Jorge de Silva Melo, que reúne depoimentos de quase três dezenas de artistas, entre eles, o de Ferreira da Silva. O documentário foi encomendado pela Caixa Geral de Depósitos após a compra de uma colecção completa de todas as gravuras editadas pela Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses de Gravura. A ideia foi fazer um filme a partir da gravura, contando também a história da Sociedade Cooperativa de Gravadores Portugueses de Gravura, fundada em Lisboa, em Julho de 1956, por um grupo de artistas e intelectuais. O filme, que tem aproximadamente 60 minutos, contém o depoimento de três dezenas de artistas portugueses, nomeadamente Bartolomeu Cid dos Santos, Eduardo Nery, Ferreira da Silva, Guilherme Parente, Julião Sarmento, Júlio Pomar, Maria Velez, Paula Rego, Tereza Arriaga, Vítor Pomar, entre outros. Neste dia foi inaugurada na entrada do CCC a peça escultórica do artista, intitulada “Orgósmico IV”, em vidro, aço e outros materiais. Segundo o presidente da Câmara, “passará a ser uma peça da cidade que ficará num dos seus equipamentos culturais”. Um dos pontos altos desta cerimónia foi a retrospectiva breve da obra de cerâmica de Ferreira da Silva, com a passagem de imagens de João Serra e de Margarida Araújo. Segundo a investigadora, “são basicamente imagens de obras do artista em espaços públicos e casas particulares”. João Serra referiu que já alguns anos que tem vindo a recolher material do trabalho de Ferreira da Silva. “É uma obra muito extensa, muito variada e não tem sido um trabalho fácil”, disse, acrescentando que “a principal objecção a que se faça uma retrospectiva tem vindo sempre do próprio Ferreira da Silva, que não tem sido receptivo a esse repto”. Museu Nacional de Cerâmica nas Caldas da Rainha Inserido nesta cerimónia de homenagem teve lugar ainda um debate com a participação de Fernando Costa, Jorge Gonçalves (representação do Governador Civil de Leiria), de Ferreira da Silva, do mestre Querubim Lapa e ainda do artista Eduardo Nery. João Serra foi o moderador do debate, em substituição de Paulo Henriques, director do Museu de Arte Antiga, que por motivos familiares não pôde comparecer. Foi perante um auditório completamente cheio de familiares, amigos e admiradores de Ferreira da Silva, que o historiador lançou o debate sobre a construção de um Museu de Cerâmica Contemporânea à escala nacional nas Caldas da Rainha. “Com o encerramento da Secla, o futuro incerto das Faianças Bordalo Pinheiro, qual a saída desse património todo?”, questionou, João Serra, salientando que “se não fizermos nada para preservar esse património somos também os responsáveis pelo seu desaparecimento”. Respondendo ao repto do historiador, Fernando Costa referiu que na “Assembleia da República há poucos dias decorreu uma iniciativa legislativa, para que de facto o Museu de Cerâmica das Caldas passe a ser Museu Nacional da Cerâmica”. O autarca partilha da opinião dos outros membros que participaram no debate, que “haja já um ou dois museus de cerâmica, o que precisamos nas Caldas é um com uma boa dimensão e qualidade, o mais representativo possível daquilo que é a arte da Faiança nas Caldas da Rainha”. Nesse sentido, este responsável, revelou que está “previsto o alargamento do Museu de Cerâmica das Caldas que tem um programa feito pelos técnicos do Ministério da Cultura e por Cristina Horta, que prevê cerca de 2000 metros quadrados de ampliação e tem como plano financeiro 3 milhões de euros. Uma obra que vai ser feita pelo Ministério da Cultura com parceria da Câmara e de fundos comunitários”. Para Fernando Costa a questão que se agora põe é como se vai fazer essa ampliação. “Pensava-se fazer a ampliação do actual Museu da Cerâmica das Caldas ao parque, mas como a Câmara já fez a escritura e adquiriu metade da Fábrica Bordalo Pinheiro, começa a ser equacionado se a ampliação não deve de ser para este novo património do Município”, referiu. O autarca revelou que têm agora um espaço com cerca de 5 mil metros quadrados que poderá vir a ser o novo Museu de Cerâmica sublinhando que “o actual museu que já existe nas Caldas não pode ficar separado desta nova ampliação, portanto, não deixará de ser a mãe ou a sala nobre do futuro Museu”. O edil anunciou ainda que o Município das Caldas encontra-se em negociações com a administração da Secla no sentido de adquirir as cerca de 300 peças e moldes que fazem parte do núcleo museológico que existe ainda hoje nas instalações na Fábrica da Secla. De acordo com o autarca, a Câmara decidiu ainda que o edifício principal da Secla “deveria ser classificado e como tal não deve ser destruído”. “O que não será difícil obter, tendo em conta que a entidade proprietária é o BCP, portanto, temos condições para salvaguardar”, disse. “Sou fazedor de objectos e não falador, e muito menos perante uma assistência desta dimensão”, palavras do Mestre Ferreira da Silva, que usou o seu tempo de “antena” para elogiar os seus amigos artistas, mestre Querubim Lapa e Eduardo Nery. “Tenho a felicidade de ter aqui dois artistas que eu sempre admirei”, disse, acrescentando que a primeira cerâmica que o prendeu apaixonadamente foi a de Querubim. “O que mais me prendeu do Nery foi a grande descoberta que ele teve no articular e desarticular no próprio azulejo” adiantou. Falou das dificuldades e fecho das fábricas de cerâmica nas Caldas, revelando esperança “de se virem ainda a realizar objectos que marquem as pessoas do nosso tempo e que dêem continuidade à grande obra que o Bordalo Pinheiro nos deixou”. Marlene Sousa

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