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Fábrica Bordalo Pinheiro

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Trabalhadores fazem vigília e querem audiência com ministro da Economia Mais de uma centena de trabalhadores das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro participou, debaixo de chuva, numa vigília na escadaria do edifício dos Paços do Concelho das Caldas da Rainha, numa acção de sensibilização dos governantes locais e nacionais para a necessidade da viabilização da empresa. […]
Fábrica Bordalo Pinheiro

Trabalhadores fazem vigília e querem audiência com ministro da Economia Mais de uma centena de trabalhadores das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro participou, debaixo de chuva, numa vigília na escadaria do edifício dos Paços do Concelho das Caldas da Rainha, numa acção de sensibilização dos governantes locais e nacionais para a necessidade da viabilização da empresa. Depois de uma reunião com o presidente da Câmara, a comissão de trabalhadores informou que foi pedida uma audiência ao Ministro da Economia, onde devem estar presentes, trabalhadores, autarquia, administração da fábrica e sindicato. “Esta é a empresa mais emblemática das Caldas, não menosprezando as outras, mas esta fechar é como ferir o coração das Caldas”, começou por declarar Fernando Costa, presidente da Câmara. Fernando Costa confessou que mantém contactos diários com a administração da empresa, mas não se mostrou muito optimista. “A administração é gente de boa fé, gente séria, mas vejo alguma incapacidade em encontrar soluções. A idade e outros factores levam-me a sentir que a administração está um bocado cabisbaixa. Não vejo que tenham soluções, mas aquilo que nós não queremos é o encerramento”, declarou. ” Houve a deslocalização dos importadores e há concorrência desleal e por isso não é só um problema de gestão”, adiantou. O presidente da Câmara explicou ainda o estado em que está o negócio entre a empresa e a autarquia, quanto à aquisição da fábrica situada da Rua Rafael Bordalo Pinheiro. “Entrámos com 700 mil euros, pagos na aquisição de parte das instalações da fábrica, num negócio de 900 mil euros, e ainda não entregámos mais porque aguardamos o visto do Tribunal de Contas para a escritura de compra. Esta é a fábrica mais histórica e é um problema cultural do país. Esta fábrica ainda tem criatividade no sector cerâmico, porque há trabalhadores que são autênticos artistas. É uma referência no turismo porque além da unidade fabril, há um Museu onde existem peças e moldes de valor incalculável”, referiu. O presidente da Câmara voltou a mostrar-se disponível para adquirir a unidade como forma de “resolver os problemas da empresa, mas também a ampliação do Museu da Cerâmica”. “Queremos chamar a atenção para o valor econó-mico e cultural que esta fábrica representa para a região e para o país e dizer que tem que haver uma solução”, afirmou por outro lado o dirigente sindical José Fernando. A administração da fábrica de faianças, que é detentora dos moldes originais do artista Rafael Bordalo Pinheiro, não pagou os salários do mês de Dezembro aos 150 trabalhadores e anunciou que não tem encomendas de loiça utilitária e decorativa que lhe permita prosseguir com a laboração. Os manifestantes, com a figura do Zé Povinho em ombros e com as faixas, escreviam que “há coisas do caneco, já vemos o que se avizinha, nem trabalho p’ro boneco, há nas Caldas da Rainha” e “chegou a altura de utilizar o manguito, se nos querem na rua vamos mostrar o dito”, numa alusão à representatividade do estilo de Bordalo Pinheiro. “O Governo tem que perceber que esta não pode ser mais uma empresa a fechar, se dá apoios aos bancos que até há poucos meses tinham lucros fabulosos, deve haver uma maneira de ajudar esta fábrica”, disse José Fernando, também coordenador da União dos Sindicatos de Leiria. O dirigente sindical sugeriu que uma das soluções podia ser o investimento na formação dos trabalhadores até que haja uma retoma de encomendas. A administração liderada por Jorge Serrano deixou de falar aos jornalistas, mas antes desta posição disse que o trabalho está a acabar e por isso não vai haver produção sem ter encomendas. A Bordalo Pinheiro tem vindo a agravar os problemas financeiros desde 2005, o que levou a administração a reduzir pessoal e a alienar património para fazer face às dívidas. A empresa alega agora que se viu confrontada com falta de encomendas por parte dos dois únicos clientes – um alemão e outro norte-americano. Porém, na passada sexta-feira, três camiões foram carregar loiça com destino a estes dois locais. Num dos carros iam 3.600 peças numa encomenda para os Estados Unidos e noutro 5.107 peças, numa remessa solicitada pelo cliente alemão, informaram os trabalhadores. Entretanto o deputado do PSD na Assembleia da República Feliciano Duarte, questionou o Governo sobre se apoiará a viabilização da fábrica Bordalo Pinheiro, em risco de encerrar por falta de encomendas, lembrando as palavras do primeiro-ministro de que salvaria as empresas que pudesse. “Salvaremos as empresas que pudermos. Quer isto dizer que o Governo não pode deixar de apoiar a fábrica Bordalo Pinheiro sob pena das palavras do primeiro-ministro nada valerem, o que seria tremendamente grave para a sua credibilidade política e um sinal muito negativo para os milhares de portugueses, cujo justo desespero coloca no Estado a última esperança de os salvar da miséria social”, afirma o deputado, que alerta para a necessidade de apoiar os trabalhadores da Bordalo Pinheiro que têm idades compreendidas entre os 37 e os 58 anos, e 22 anos de tempo médio de trabalho na fábrica.

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