O Centro Cultural e de Congressos das Caldas da Rainha recebeu no dia 30 de Novembro a apresentação do livro com o relatório da implementação das Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) no 1º Ciclo do Ensino Básico no concelho das Caldas da Rainha, o primeiro publicado a nível nacional nesta temática. Da autoria de Miguel Oliveira, Raquel Coelho, Rui Matos e Sandrina Milhano, este livro foi publicado pelo Centro de Investigação Identidades e Diversidades, do IPL, e pela Folheto Edições, com o apoio da Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE) e da Câmara Municipal das Caldas da Rainha. Pensar a educação e perspectivar uma escola melhor e mais eficaz foi a convicção que levou os autores a empreender este estudo e a aprofundar a problemática das AEC. O estudo decorre de um protocolo de cooperação estabelecido entre a autarquia das Caldas e a Associação Nacional de Animação e Educação (ANAE), no qual se previa que a ANAE elaborasse um relatório final subjacente ao acompanhamento e avaliação das AEC nas EBI deste concelho. O instrumento utilizado para a recolha de dados foi um inquérito por questionário, que foi administrado a professores titulares, professores da AEC e alunos dos quatro anos de escolaridade do 1º Ciclo. São apresentadas algumas recomendações que podem ser tidas em conta não apenas nas escolas do concelho, mas de todo o país. “Os problemas que se sentem nas Caldas da Rainha, são os mesmos em qualquer escola do país. Nomeadamente a falta de comunicação entre os professores titulares e os responsáveis pelas AEC”, indicou Miguel Oliveira, presidente da ANAE. “As metodologias utilizadas pelos professores das AEC nas suas aulas; os recursos materiais disponíveis e necessárias para as AEC; as necessidades de formação e a situação laboral dos professores das AEC” são outras preocupações que os autores do relatório consideraram fundamentais divulgar. Na opinião de Miguel Oliveira, a política educativa dos agrupamentos escolares “ainda não conseguiu assimilar estas directrizes do Ministério da Educação que têm em conta a supervisão, participação no planeamento e avaliação das AEC por parte dos professores titulares”. Por isso, as recomendações vão no sentido de acabar com essa falta de comunicação, possibilitando a mudança das metodologias e conseguir que as AEC tenham uma componente mais lúdica “para não serem aulas clássicas”. Isto para não sobrecarregar as crianças. Para este responsável é importante que “comecem a ser feitas avaliações regulares acerca da implementação destas actividades e dos efeitos que delas decorrem para que, progressivamente, se possam encontrar soluções para os problemas que têm surgido nesta fase inicial”. No entanto, este documento apresenta-se como um instrumento de apoio na compreensão e conhecimento das realidades inerentes à implementação deste tipo de actividades, procurando contribuir para a melhoria do desenvolvimento das AEC nos próximos anos lectivos. Assim sendo no final do livro estão uma série de recomendações que os autores consideram uma mais valia para a implementação das AEC com mais qualidade, como a introdução de uma semana de formação para os professores das AEC antes do arranque do ano lectivo, definir momentos de avaliação comuns, criar um dossier do docente, seleccionar as modalidades a leccionar em cada uma das escolas de acordo com as respectivas potencialidades espaçais e materiais uma vez que existe uma grande diversidade de contextos, entre outras. O livro conta com prefácio de Maria do Céu Roldão, considerada como uma das principais especialistas da Teoria de Desenvolvimento Curricular em Portugal. No prefácio, a investigadora refere a necessidade das escolas e professores saberem aproveitar as potencialidades e identificarem as limitações das AEC. O livro surge assim como um importante instrumento nesse sentido. “Conhecer e interpretar para agir e melhorar, eis uma finalidade que só investigações como esta podem ajudar a construir”, refere. A apresentação do livro no CCC esteve a cargo de Ricardo Vieira, coordenador do Centro de Investigação Identidades e Diversidades. Sobre as AEC, referiu que estas não podem servir apenas para “encher a cabeça” das crianças com mais matérias e sim devem ser efectivamente de enriquecimento. Na cerimónia, a vereadora Maria da Conceição Pereira elogiou a forma como foram implementadas as AEC nas Caldas da Rainha e sublinhou a importância de ser feito um trabalho de avaliação como a que é apresentado neste livro. Marlene Sousa
Relatório das Actividades de Enriquecimento Curricular com recomendações à Câmara
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