Rejeitando a ideia de que a maçonaria é uma fonte de poder, José Carlos Nogueira, que foi até 17 de Maio um dos chefes maçónicos em Portugal, disse que “a Maçonaria é a vontade de aprender, é transformar um homem bom num homem melhor, é sobretudo uma viagem sem saber o destino onde se anda sempre à procura. Não é mais do que um grupo de homens que querem contribuir para um mundo melhor”. Foi no decorrer de um jantar de solidariedade a favor do C.E.E.R.D.L. – Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor, promovido pelo Rotary Club das Caldas da Rainha, que teve lugar no dia 30 de Junho, no Restaurante “A Lareira”, que José Nogueira deu uma verdadeira lição de história da Maçonaria e explicou os principais fundamentos da Maçonaria Universal. José Carlos Nogueira estudou e trabalhou em Lisboa até 1972, altura em que regressou para as Caldas para gerir uma empresa familiar. Foi um dos fundadores do PS na cidade, membro da comissão directiva e regional deste partido e deputado à Assembleia Municipal nas primeiras eleições autárquicas. Em 1973 aderiu à Maçonaria e chegou a Soberano Grande Comendador do Supremo Concelho do Grau 33 da Grande Loja Regular de Portugal. “A luta do maçon sempre foi a democracia e a liberdade e já está consignada em grande parte do mundo”, disse José Carlos Nogueira, acrescentando que “isso não significa que o papel da Maçonaria se tenha esgotado, tem é de enfrentar novos desafios”. Segundo o orador, a Maçonaria divide-se em várias zonas: América do Norte com o carácter solidário, América do Sul com carácter político e Europa com carácter filosófico. Perante uma assistência de cerca de 80 pessoas, José Carlos Nogueira disse que um maçon deve “defender as ideias onde quer que esteja” e ” “tem a obrigação de ajudar os governos”. “Temos de aconselhar os nosso políticos sobre como devem agir”, disse. Depois do orador ter terminado a sua intervenção, Fernando Costa, presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, usou da palavra elogiando a “brilhante palestra” e revelando que não tem assistido a mais iniciativas do Rotary Clube das Caldas porque às segundas tem reunião política em Leiria. No entanto reconheceu publicamente o trabalho dos rotários em prol da comunidade e disse que sentiu a responsabilidade de estar presente na última reunião de Francisco Vogado como presidente do clube. Em declarações ao JORNAL DAS CALDAS, Francisco Vogado fez um balanço muito positivo da palestra, revelando que as intervenções havidas, no período do debate foram extremamente elogiosas para o palestrante, que “é de facto uma enciclopédia humana de memórias vividas, de histórias ouvidas, de vivências humanas constatadas e de experiência de vida maçónica, dando esclarecimentos sobre os aspectos mais “secretos” da organização e apelou à compreensão geral para entenderem as razões da pouca visibilidade pública da Maçonaria e ainda sobre a influência de alguns maçons nas grandes decisões da história mundial dos últimos séculos”. Marlene Sousa